O EGO – Capítulo 09

Três letras que comportam um significado enorme. Palavra que domina quase tudo que pode ser relacionado com a evolução, aí incluído tudo o que existe.

O ego é denominado um ser que comanda a vida da espécie humana. Muitos estudiosos o definem como um ser a parte do homem. É ele visto como algo que leva o ser humano a situações desconfortantes, situações comprometedoras dentro da vida em sociedade e ao próprio ser que o detém.

Vamos falar alguma coisa sobre o ego, como nós o vemos e como ele para nós tem um significado especial.

Nós podemos defini-lo como o comportamento das individualidades que já dispõem do livre arbítrio. Todo ser que se vê como tal, age sempre coordenando o programa instintivo, age tendo em suas mãos as rédeas do instinto com as quais pode nortear as suas ações, harmonizando ou desarmonizando-se com todas demais coisas, gerando, consequentemente, reações que o levam a escolha do melhor comportamento, durante suas práticas acionais.

Sabemos que o universo todo é harmônico, tudo o que o compõe está sempre agindo harmonicamente. O que conhecemos como programa instintivo nada mais é do que a formação de um guia comportamental para as individualidades fazerem sua evolução num determinado planeta. É o estabelecimento da capacidade para desenvolverem e perpetuarem o instrumento utilizado para fazerem o trabalho de aprendizado. Esse desenvolvimento acontece em virtude do resultado de vários procedimentos, que determinam a continuidade do que lhe foi instituído primariamente, no caso, que é a busca da perfeição.

Em vista disso concluímos que: o ego nada mais é do que a maneira como os seres humanos agem, se comportam e como desenham o seu futuro, a partir da aquisição do livre arbítrio.

Existe uma lei universal que é a lei da ação e reação, esta lei é a norteadora dos rumos que cada individualidade deve tomar em sua caminhada. É por assim dizer, a cartilha que mostra qual a melhor escolha a fazer, qual o melhor procedimento que cada individualidade deve seguir para viver com menos desconforto. O desconforto surge quando o ser dotado de livre arbítrio se desarmoniza e ou desarmoniza o que existe ao seu redor.

Na formação do universo estabelece-se a harmonia que é gerada pela união do espírito divino e o elemento primordial. Com essa união surge a estruturação da matéria e se inicia o processo de evolução daquela criação que começa por se individualizar, estabelecendo ao longo do tempo um guia para que possa dar sequência ao seu aperfeiçoamento, guia denominado programa instintivo.

Este programa instintivo é essencial para que a individualidade possa dar continuidade ao trabalho de aprendizado, fazendo-a agir dentro de determinados parâmetros no intuito de que se mantenha aperfeiçoando.

A partir de um determinado tempo, a individualidade consegue se entender como um ser dotado de vontade própria, começa a agir criando novas regras de comportamento o que a faz conhecedora dos resultados de seus atos. Esse conhecimento leva a individualidade a praticar os atos que podem lhe trazer dor ou prazer. Essa dor ou prazer está relacionado a conduta perante o programa instintivo, cujo programa indica as regras de uma condução harmônica enquanto a individualidade não dispõe de consciência própria.

Quando a individualidade obtém o livre arbítrio, não pratica automaticamente mais nenhum ato. A partir de então começa a efetuar atos de acordo com sua vontade específica, esses atos são sucedidos de um resultado com o qual terá condições de continuar praticando-os, modificando-os ou deixando de fazê-los.

Formado o programa instintivo a regra de conduta está delineada e a individualidade a seguirá como determinado. Essa regra é geradora de estabilidade e consequente harmonia no agir. Quando a individualidade adquire o livre arbítrio, passa a ter condições de manipular essa regra instintiva determinante para a condução de sua existência como tal. Neste momento, como a individualidade não conhece ainda o alcance dessa liberdade, irá fazer experimentações que levarão a obter um determinado resultado pelos seus atos. A individualidade começa nesse instante a formar uma nova regra de conduta, que a norteará por um determinado período de tempo. Essa nova orientação programática vai sendo construída em cima das respostas obtidas pela prática dos atos do dia a dia, uma vez que a cada ação corresponde uma reação.

A reação que é conferida pela individualidade e aceita sua sugestão, determinará como serão praticados os próximos atos, orientando o seu aperfeiçoamento.

Esta nova regra de conduta, criada a partir da aquisição do livre arbítrio, muitos a denominam EGO. Grandes estudiosos dizem ter ela vontade própria, destacada da individualidade, mas na realidade é a pura expressão da própria individualidade construindo o seu futuro.

Existem muitas formas de explicar essa nova regra. Uma delas, aceita por algumas vertentes religiosas, visa nominar determinados comportamentos comprometedores da desarmonia, classificando-os como pecados. Em razão disto a denominação passou a ser OS SETE PECADOS CAPITAIS.

É importante destacar que para cada pecado existente, aparece o oposto denominado virtude correspondente. Para obter êxito no comportamento adequado que leva a harmonia, é necessário que este comportamento esteja no ponto central entre o pecado e a virtude. Desta forma, a individualidade conseguirá corresponder ao movimento necessário para o seu aperfeiçoamento.

A título explicativo vamos aqui nominar os sete pecados capitais e suas correspondentes virtudes:

1. Pecado do orgulho que tem em contraposição a humildade.

2. O pecado da avareza que é contraposto pela virtude da caridade.

3. O pecado da luxúria tem como virtude a castidade.

4. O pecado da Inveja tem do outro lado a virtude da bondade.

5. No pecado da gula é possível destacar a virtude da temperança.

6. No pecado da ira é possível perceber a virtude da paciência.

7. E por final, no pecado da preguiça o balanço é encontrado na virtude da diligência.

Quando o Governador deste planeta terra esteve presente aqui, com a finalidade de passar um conhecimento mais apurado sobre o caminhar da humanidade em busca da perfeição, ele se valeu de 12 seguidores mais próximos, denominados apóstolos.

Esses apóstolos foram escolhidos por ele mesmo, tendo em vista a possibilidade de demonstrarem, através de seus comportamentos, os problemas que os terráqueos carregam com respeito ao aprendizado evolutivo. O comportamento destes escolhidos foi classificado como virtude e defeito, em número de doze defeitos e doze virtudes, cujo número é simbolicamente utilizado para descrição do campo evolutivo que se opera na primeira fase de evolução das humanidades.

Para maior clareza desta afirmação vamos fazer um pequeno apanhado de como esses apóstolos agiam no seu dia a dia deixando transparecer suas dificuldades.

PEDRO: era uma pessoa determinada, porém muito impulsivo.

ANDRÉ irmão de Pedro: pautava-se pela obediência, mas não tomava decisões.

TIAGO Maior: era movido pela curiosidade, mas não lutava.

JOÃO: era dotado de muito amor, ternura, porém era de uma sensibilidade muito grande.

FELIPE: muito audacioso, mas não era persistente.

BARTOLOMEU: era um ser bruto, mas possuía boa índole.

TOMÉ: se caracterizava por ser falador, um bom pregador, porém, era dotado de muita dúvida.

MATEUS: era um grande divulgador, mas guardava mágoa com facilidade.

TIAGO o menor, este era parente de Cristo, tratava-se de pessoa extremamente dócil, porém detinha enorme quantidade de ciúmes.

JUDAS TADEUtambém parente de Cristo, agia com muita humildade, mas era muito nervoso e irritado.

SIMÃO [Cananeu]: possuía coragem e fazia separação de pessoas. 

JUDAS ISCARIOTES: caracterizava-se por ser intelectual, mas usava de falsidade.

Desta forma, concluímos que o comportamento da individualidade deve sempre estar pautado no equilíbrio entre dois pontos, cujos pontos podem ser de um lado o pecado e do outro uma virtude ou como descrevemos sobre os apóstolos tendentes a uma extremidade.

O importante é a individualidade reconhecer que possui determinados comportamentos que não geram harmonia e, portanto, devem ser modificados. O nome que se dá a estes comportamentos inadequados não tem muita importância, mas atribuí-los a uma entidade à parte, é no mínimo uma tentativa de jogar a sua culpa nela, justificando seu erro na caminhada para a obtenção da perfeição.

Portanto, nada mais justo do que termos a figura do EGO como sendo a vontade expressa da individualidade representada pelo seu comportamento dentro dos ditames de sua exclusiva ação. Conscientizemo-nos disto para podermos mudar nossa conduta na obtenção da atitude harmônica que nos levará ao auge da perfeição, onde nos reintegraremos ao Todo.

Bela Vista do Paraíso, 08 de fevereiro de 2020

Caetano Zaganini