EVOLUÇÃO – Capítulo 03

O momento da criação é a estruturação da matéria pelo encontro do espírito divino com o elemento primordial. São duas pequenas porções que, se unindo, desenvolvem um enorme aglomerado denominado universo. Constituído o universo, ocorre o início da expansão da obra do Criador. A matéria formada é animada pelo espírito divino, constituindo assim uma coisa única até que essa partícula divina imaterial se desvencilhe da matéria que ela anima e assim passa novamente a integrar o Todo, que a recebe de volta, agora partícula expandida e apta a participar da criação de novos universos.

Tratando-se do ser humano terráqueo, nós falaremos sobre o planeta em que habita e no qual faz sua morada, até que possa galgar estados de consciência mais elevados, quando então assumirá a direção de algum novo orbe, sendo seu organizador espiritual e governador. Todo o universo é regido pela inteligência divina do Criador, que tem tudo estruturado, as ações para o seu desenvolvimento ocorrem sem a interferência direta das individualidades, pois a construção divina tem suas leis que são imutáveis e com as quais tudo continua se desenvolvendo pela eternidade afora.

No início, o planeta nada mais é que um globo de fogo, uma das individualidades formadas no universo. Inicialmente o planeta é dividido em quatro elementos, o primeiro deles é o fogo com o qual inicia sua evolução. Com o resfriamento, opera-se a segunda divisão que é o elemento terra, em seguida dá-se a formação do terceiro elemento, o ar e, por fim, aparece o quarto elemento: a água. Estes quatro elementos darão início à formação de todas as individualidades que tomarão parte no desenvolvimento do planeta.

A formação primeva em bloco integrado, denominamos reino mineral, na sequência forma-se o reino vegetal, depois o reino animal. A par destes reinos existe o reino espiritual que é constituído junto com a formação do planeta, este reino ainda pouco conhecido dos terráqueos, é um local mais aperfeiçoado. Este local é constituído dentro da matéria sutil, onde se encontram os seres mais evoluídos e encarregados da organização e administração do planeta. Também é neste local que as individualidades destituídas do corpo físico se reúnem para planejamentos sobre a estada e o retorno ao mundo mineral, vegetal e animal, com o fito de dar continuidade as suas experiências que a levam rumo ao aperfeiçoamento.

O reino espiritual é a organização constituída para acompanhar o planeta desde o início, quando se consolida a individualização. O planeta recém-criado formará a base de sustentação para o desenvolvimento das novas individualidades, que comporão o celeiro de aprendizado evolutivo das novas partículas divinas.

Na organização do reino espiritual existe um administrador que é especialmente designado para esse mister, que no caso do planeta terra é Jesus Cristo.

Esta individualidade possui alta evolução, capaz de perscrutar todas as individualidades que ali se originarão ou serão para ali transportadas. Esse mundo espiritual mantém uma organização chamada providência divina, pois nele serão resolvidas todas e quaisquer situações inerentes ao estágio de evolução, no caso do planeta terra, a primeira fase, denominada prova e expiação.

Falando da divisão em reinos, devemos esclarecer que a mobilidade das individualidades em cada período de existência, tem variações nítidas; no reino mineral é quase insignificante, no reino vegetal passa a ser um pouco maior, no reino animal aumenta mais e no reino espiritual a mobilidade é muito grande, aí dependendo do desenvolvimento de cada uma.

A individualidade é composta de espírito e matéria. O espírito tem a supremacia e controla cada movimento da matéria, uma vez que tem ele o domínio da formação da individualidade como tal. As individualidades permeiam o reino a que pertencem e também o reino espiritual. Durante a estada no reino mineral, vegetal e animal, o espírito vivencia seus atos envolto pela matéria densa do globo. No reino espiritual, agora desnudo da matéria densa, se alimenta nos primórdios de energia reconstrutiva e na fase em que dispõe do livre arbítrio, continua a se alimentar dessa energia, porém, em determinado momento, com a capacidade de compreensão adquirida ao longo da existência, passa também a decidir como será sua próxima estada na matéria densa, ou seja, com o corpo físico.

Essa alternância entre os reinos mineral, vegetal e animal com a intermediação do mundo espiritual, que ocorre de tempos em tempos, os espiritualistas a denominam de reencarnação, para nós, apenas o fenômeno de alternância.

As alternâncias são feitas para que o espírito seja alimentado por orientações necessárias para a condução de sua caminhada rumo ao aperfeiçoamento. Estas orientações são feitas dependendo da necessidade de cada individualidade e elas são mais explícitas ao ser humano, dependendo de seu aprimoramento.

Quando citamos matéria densa ou corpo físico, estamos dizendo sobre a matéria que constitui o planeta, apenas a matéria visível e tocável pela individualidade, quando envolta nela. A matéria sutil que envolve o espírito somente se mostra aos espíritos quando livres da matéria densa, dependendo de sua capacidade evolutiva, de outra forma o espírito fica limitado às possibilidades de sua máquina instrumental física.

O espírito é a fagulha proveniente do Criador e, por isso, é portador do princípio inteligente que traz em si toda sabedoria divina. “Tal pai, tal filho”, o ser humano foi criado a imagem e semelhança de Deus, afirmativas muito comuns para os que possuem alguma crença religiosa, e assim deixam claro o princípio fundamental que é a origem de toda criação, pois toda criação traz a marca de seu criador, como é comum dizer, traz o DNA de quem o fez.

Afirmamos ser o espírito uma fagulha do Criador, por isso, imortal e imaterial. A imaterialidade gera a incapacidade de o espírito sozinho sentir qualquer sensação em sua ação ou movimentação. Estamos falando em sensações que somente o corpo físico é capaz de perceber. O espírito despido do corpo físico pode estar instantaneamente em muitos lugares, mas dotado de corpo físico sua mobilidade se restringe às possibilidades determinadas pela matéria densa. 

Desta forma, o espírito se vale da matéria gerada com a criação do universo, para com o seu adequado grau de evolução, fazer a percepção de qualquer tipo de ação, com a finalidade de construir o seu aperfeiçoamento.

Assim a matéria passou a servir de instrumento para o espírito buscar a melhor condução de seus atos na busca da harmonia, uma vez que a construção divina é em sua essência harmônica.

Como nós estamos cuidando das atividades da individualidade no planeta terra, em sua primeira fase de evolução, temos que o espírito é incapaz de sentir as sensações sem o auxílio do corpo físico, uma vez que é partícula do criador e como tal não é composto de matéria. Somente a matéria é capaz de gerar as sensações provocadas pela ação do corpo físico, quando o espírito faz a condução dos atos para o aprendizado evolutivo.

O corpo físico é composto de matéria densa extraída do planeta, tem a função de desempenhar determinados papéis por obra do espírito que a anima. Esse corpo físico goza de uma grande liberdade em relação ao planeta que pertence ao reino mineral e essa liberdade permite a mobilidade, que tende a aumentar com o aperfeiçoamento das individualidades. Desta forma, concluímos que o espírito percebe as sensações de seus atos através da matéria que o envolve, oriunda da composição mineral planetária.

O corpo físico é dotado de um programa instintivo que foi construído durante sua existência, programa esse que determinará a forma como deve conduzir-se no aperfeiçoamento. Antes da aquisição do livre arbítrio, o programa instintivo determinará a condução dos atos para que a individualidade se encontre dentro da harmonia, mas no momento em que a individualidade recebe o livre arbítrio, estará apta a manusear os rumos desse programa.

Quando o espírito entra no campo do livre arbítrio, necessita saber como conduzirá o seu programa instintivo na prática dos atos do dia a dia, pois agora tem a responsabilidade por cada ato que pratica. Como já afirmamos, o universo é harmônico e tudo o que faz parte dele também deve seguir essa mesma linha. O espírito anima o corpo físico que lhe serve de instrumento para perceber as ações que fará ao longo de sua existência terrena. Desta forma, para qualquer ato que praticar advirá uma resposta, uma reação. Como a conduta deverá buscar a harmonia, o espírito ainda pouco conhecedor das respostas de seus atos, receberá a informação de que o ato está no caminho certo ou errado, através de sinais advindos do corpo físico, que lhe indicará o caminho correto, quando a ação lhe trouxer um regozijo e, quando o caminho está errado, a indicação será através de um desconforto, uma dor, uma doença etc.

O programa instintivo tem a finalidade de manter o corpo físico em condições necessárias para que possa desempenhar o seu mister, que é proporcionar ao espírito as sensações que geram a capacidade de entendimento sobre tudo o que faz. Tem também a incumbência de produzir novos corpos, para que outros espíritos possam deles se utilizar na continuidade de seu aprendizado evolutivo.

O espírito, por estar integrado ao corpo físico, mantém o desejo de fazer determinado procedimento em razão de conservar o seu instrumento, ou seja, preservar e dar continuidade ao corpo físico, deixando novos corpos à disposição de outros espíritos. Para que este trabalho ocorra, o espírito necessita saber se aquele procedimento que realiza está ou não de acordo com a harmonia e isso ele somente saberá através das sensações proporcionadas pelo corpo físico, ou seja, através das respostas de bem ou mal-estar.

Como o espírito constrói em cada encarnação um novo corpo físico, toda esta vivência estará sendo arquivada no seu cérebro e a construção de sua evolução estará sendo colocada dentro deste novo arquivo, para que possa, findo o tempo, ser transferido para o arquivo espiritual. Toda vez que o espírito volta ao mundo físico ele não tem consciência do que deve ou não fazer, porque a cada nova encarnação o tema proposto é diferente e o livre arbítrio será fundamental para a tomada das decisões que o levarão ao aperfeiçoamento. Desta forma, cada encarnação é dotada da possibilidade do espírito experienciar de outras formas os seus atos, tendo como base a harmonia.

Nós podemos fazer uma comparação, ainda que bem simples, sobre a ação do programa instintivo na condução do aprendizado das individualidades. Vejamos: O homem descobriu a vibração de alguns elementos da natureza que geravam sons, se interessou e passou a desejar reproduzi-los. Encontrou uma fórmula de o fazer e o fez através de elementos que geravam, quando tocados, o referido som. Posteriormente, organizou os sons em escalas harmônicas, como a diatônica, que possui sete notas. Produziu então instrumentos e os temperou de modo que vibrassem nestas alturas e passou a explorar a formação de agrupamentos de sons que, combinados intencionalmente, resultaram no que denominamos música. Na música pode haver a combinação de sons que geram consonância ou tensão. No tonalismo, por exemplo, as tensões são exploradas dentro de uma dinâmica cuja resolução ocorre, via de regra, com o direcionamento harmônico da dominante (5º) para a tônica (1º). Estas características físicas do som são organizadas de modo que se tornam agradáveis aos ouvidos humanos. Não obstante, alguns estudos sinalizam que até mesmo animais e vegetais respondem de forma positiva a tais combinações sonoras presentes na música. Por se tratar de uma onda mecânica, tais vibrações possuem influência, até mesmo, sobre os minerais. Por isto, a música é uma das mais importantes representações da harmonia universal.

Pois bem, o programa instintivo foi construído ao longo da existência das individualidades e representa a harmonia do desenvolvimento evolutivo. Quando a individualidade passa a ter o livre arbítrio, começa a descobrir que pode conduzir sua vida de acordo com sua própria vontade, não precisa obedecer o programa instintivo, isto é, o que leva a conscientizar-se de que a melhor maneira de conduzir sua vida é imitando o programa instintivo, quando se conscientiza disso, passa a viver harmonicamente com a natureza, construção divina.

A nossa comparação está em que a música tonal tem suas leis para se fazer agradável e quando não são seguidas, a música representa uma interferência desagradável. Assim também quando não se segue as regras do instinto a sensação será desagradável, gerando a perspectiva de que poderia ser melhor, mais agradável, se as seguisse. A percepção do agradável ou desagradável é que gera a possibilidade de modificação no seguimento ou não da lei ordenante.

Desta forma, é possível verificar que quando o ser humano (individualidade com livre arbítrio), não age de acordo com as leis do programa instintivo, está em distonia com a harmonia o que lhe proporciona uma situação desagradável. Essa distonia será representada pelo desconforto a princípio, passando a ser uma dor física ou mental e chegando ao ápice de uma desconstrução do próprio corpo físico.

Normalmente o desconforto é resultado do que denominamos doença, uma desarmonização nos organismos componentes do corpo físico. Assim como na música feita em desarmonia, cujo som resultante fere os ouvidos, para que se preste atenção e a modifique para expressar harmonia e se tornar agradável, também a dor tem o caráter de informar ao ser humano que ele está agindo em descompasso com as regras do instinto e assim oportunizar a modificação necessária para atingir o estado agradável.

O espírito quando inicia sua trajetória, está envolvido pela matéria e, por isso, apesar de portador de toda sabedoria, ainda não é capaz de se orientar por ela, sabedoria. Durante sua caminhada vai aos poucos descobrindo o que é melhor para a harmonia através dos atos que pratica, cujos atos são perceptíveis através das sensações produzidas pelo corpo físico. Quando falamos desta forma estamos nos referindo ao contexto atual da humanidade, que experiencia a primeira fase de evolução.

Como tudo no universo é uma programação do pensamento divino, existem regras e meios para que as individualidades possam caminhar sempre na busca da harmonia. Como tudo é ordenado no universo, as condutas das individualidades são automáticas e necessárias. A individualidade que tem sua sabedoria oculta pela matéria, irá realizando atos e esperando o resultado para saber se aquele ato deve ser repetido da mesma forma ou não, por isso age como lhe interessa, o resultado indicará a escolha.

Como o espírito está misturado com a matéria nos faz imaginar o barro misturado à água dentro de um recipiente. Quando necessitamos fazer a separação, fá-lo-emos através da experimentação. Encontrada a fórmula, procedemos a separação que num recipiente estará o barro e noutro a água cristalina. Da mesma forma vemos o espírito embutido na matéria. As experiências levarão o espírito a guardar em seu íntimo como deve ser sua ação, para que seu espírito se desvencilhe de toda matéria e volte para o local de onde saiu.

Sabemos perfeitamente que a água é, em sua constituição cristalina, mas misturada ao barro parece uma outra coisa. Com o passar do tempo, ela água, vai tomando a sua forma original até que, cristalina, poderá ser misturada ao manancial maior de onde surgiu envolta em barro. Esta caminhada é que leva a individualidade a se desvencilhar da matéria voltando para a divindade e constituir-se em expansão, suportando novas possibilidades de construção de novos “copos de água com barro”. A melhor forma de separar a água do barro, é deixando o copo ficar por um determinado tempo imóvel, isto propicia a separação dos dois e a possibilidade de retirada do barro. Toda vez que balançamos o copo a água se mistura e aparece a dificuldade de separação. Nós podemos comparar a mexida do copo com um ato que contrarie a harmonia. Quando se deixa o copo parado é um momento de neutralidade onde as ações não interferem na harmonia. Às vezes os atos contrários à harmonia têm resultados muito intensos que fazem a água do copo balançar por muito tempo, são os efeitos dos atos contrários a harmonia que podem durar muito tempo. Desta forma, existem atos que levam ao retorno da harmonia, como exemplo, os atos de solidariedade que podem paralisar, em pouco tempo, o copo, e assim a água volta a ficar separada do barro.

A partir do momento que a individualidade passa a ter o livre arbítrio começa a ter consciência do seu papel de participante na construção de uma sociedade justa, uma sociedade onde reina a harmonia, onde todos tem os mesmos direitos e deveres, onde o poder é emanado da sabedoria divina.

Assim podemos afirmar que a evolução é o aperfeiçoamento do espírito através da condução dos atos praticados pela individualidade, até que possa estar livre das amarras da matéria para juntar-se a fonte de onde saiu, com a finalidade de expandir a grande obra divina.

A evolução é feita em etapas. Nós separamos essas etapas em tempos predeterminados com a finalidade de cumprir uma programação que é realizar um aprendizado específico visando a harmonia.

Esse aprendizado é escolhido previamente por cada individualidade quando de sua estada no plano astral, isto é, quando a individualidade se separa do corpo físico, permanecendo somente o espírito na matéria sutil. Pois bem, quando o espírito se encontra livre do corpo físico, tem a liberdade ampliada conquanto a busca de novas possibilidades para trabalhar com os meios adequados, a fim de firmar-se no encontro do caminho da harmonia que é um desejo muito forte. O espírito no local onde fará o seu aprendizado, tem a possibilidade de encontrar seres que já superaram muitas dificuldades inerentes a esta busca e podem oferecer ajuda para programar uma nova etapa, quando da volta ao corpo físico.

Cada individualidade tem dentro de si, ou melhor, é composto de uma fagulha divina, partícula do próprio Criador e, por isso, dotado de inteligência que se encontra oculta pelo peso da matéria, com a qual se acha vinculado. Esta inteligência está temporariamente oculta devido a esse componente material, cujo peso vai se aliviando aos poucos com o trabalho de conhecimento e experimentos, sobre como agir dentro da solidariedade em busca da harmonia.

Como o espírito traz em si todas as experiências realizadas durante sua existência, o princípio inteligente vai buscar sempre o melhor caminho para se aperfeiçoar e isto o leva a estar sempre buscando novas formas de comportamento.

Quando a individualidade passa a ter o livre arbítrio adquirindo a consciência, se acha com autonomia para praticar os atos que até então eram obrigatórios e inconscientes. Agora livre, entende que pode fazer tudo o que desejar, começando pelos atos que levam ao menor esforço, o que pode causar incômodo. Esse incômodo é o que vai dizer a ela que o resultado daquele determinado ato não foi muito adequado, por isso a individualidade começa a dar importância ao resultado de seu ato e, numa próxima vez, pesando o resultado, agirá de forma diferente.

Toda vez que a individualidade volta ao mundo físico, escolhe um determinado problema que tem em razão de seu comportamento como tal e passa a programar onde e com quem terá encontros esporádicos ou permanentes para desempenhar o seu trabalho de aprendizado.

Todas as individualidades formam um campo que podemos designar de campo magnético durante sua existência e esse campo é o que determina as possibilidades de encontros entre as individualidades, a essa força do encontro denominamos força de atração, que faz com que os iguais se encontrem para juntos fazer o aprendizado, pois um tem o que o outro necessita, para caminharem em busca da resolução dos problemas comuns.

Falamos que as individualidades, quando no plano astral, programam fazer um determinado aprendizado e este aprendizado será feito através de experimentos que realizará durante sua estada no corpo físico. Esse trabalho programado vem como se fosse um bloco fechado e a individualidade irá praticar os seus atos do dia a dia com a maior liberdade possível, pois faz agora sua escolha para a condução do programa instintivo buscando sempre encontrar a melhor forma de agir. Cada ato praticado vai mostrar através da reação o resultado inerente a ele. Como a escolha é a individualidade quem faz, poderá repetir tal ato ou fazê-lo diferente.

Cada individualidade está livre para se aproximar de outras individualidades no momento que lhe pareça adequado, para juntas aprenderem. Umas aprendem prontamente e buscam novos elementos para dar continuidade a novos aprendizados, outras nem tanto. Há os acomodados que não se interessam por melhorar a sua linha de harmonia e ficam inertes, por isso, perdem o tempo que passa e a oportunidade que tem de melhorar a sua busca pela harmonia.

Sempre estará à disposição de cada individualidade os meios necessários para que possam receber a ajuda no aprendizado. Tudo o que é realizado no universo tem um propósito e este propósito está aberto a todos, pois, a harmonia é uma lei universal que abrange tudo e todos. Tudo está aberto para que as individualidades possam dela se valer.

Como o rol de necessidades de uma individualidade é muito grande, poderá ela aproveitar o tempo de estada no plano físico para desenvolver muitas atividades, por isso muda de local, de companheiros, de amizades, de profissão, de religião, de estudos etc.,

Em cada estada no plano físico, a individualidade traz a possibilidade de realização de enorme quantidade de feitos que a levam a encontrar as oportunidades de aprendizado sobre determinado tema. Faz os atos e espera encontrar o resultado desejado, desta forma, pode exercitar novos aprendizados.

A finalidade da individualidade é o aperfeiçoamento e, por isso, faz os seus experimentos num primeiro momento utilizando-se do corpo físico e, numa outra etapa, com apenas o corpo sutil.

Para que a individualidade possa passar para uma segunda etapa ela deve ter capacidade para praticar a solidariedade, pois sem isso o aprendizado está incompleto, uma vez que nesta segunda etapa não existirá mais o corpo físico para barrar determinados atos que provocam desarmonia e consequente desajuste no meio onde se faz presente. É muito importante saber que numa segunda fase não está o final do aprendizado, este será permanente enquanto o espírito estiver vinculado a matéria e somente o terminará quando ficar completamente livre da matéria, momento em que se integrará ao grande espírito universal.

Desta forma, comentamos algumas perspectivas do muito que existe e que pode esclarecer essa caminhada que as individualidades fazem durante sua existência.

Evoluir é caminhar rumo a perfeição com as ferramentas que são disponibilizadas pelo próprio Criador.

A Ele nossa eterna gratidão, por nos permitir pisar no solo do seu eterno amor.

CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS: Evolução Espiritual, Intelectual, Física ou Moral?

O espírito evolui desde a sua formação como individualidade. Por ser o espírito originário do Criador, carrega consigo toda a carga intelectual do próprio Criador, porém, como seu mister é a expansão do espírito divino, sua evolução deve seguir o caminho do desenvolvimento que a criação está submetida. A construção do universo começa com a estruturação da matéria, surgindo a partir daí as individualidades que iniciam sua caminhada rumo ao aperfeiçoamento, isto é, a expansão do espírito divino. Para que haja esta expansão é necessário que a individualidade possa exercitar sua capacidade de auxiliar o Criador na expansão, o que faz ajudando as demais que se encontram com dificuldades para encontrar o caminho da harmonia, uma vez que a criação é organizada e regida pela lei da harmonia universal.

Para que esta ajuda se concretize é necessário que cada individualidade possa compreender adequadamente como é esse trabalho. A individualidade tem dentro de si o espírito divino portador de toda a sabedoria, mas que se encontra oculta pela matéria com a qual está revestida.

Para que a individualidade possa ter conhecimento dessa sabedoria ela precisa desvencilhar-se da matéria e, para isto, terá de buscar a compreensão de como ocorre esta externação. Desta forma, a individualidade vai desenvolvendo os seus instrumentos para que possa livrar-se da matéria e caminhar no conhecimento e divulgação do que já aprendeu. Todo e qualquer aprendizado que a individualidade fará será sempre através da experimentação. Desde o início de sua existência, ela portadora de condição intelectual provinda do Criador, passa a descobrir tal condição através do exercício da experimentação, isto é, movimentando-se, minimamente no reino mineral, no reino vegetal um pouco mais acentuado e no reino animal com bastante liberdade, quando então a expõe. Esta liberdade de ação é estabelecida aos poucos, iniciada com a formação do universo que se divide em aglomerados e, consequentemente, em individualidades.

Cada individualidade estabelecida começa a construir o seu programa instintivo, com o qual vai desenvolvendo seu aperfeiçoamento. A par desse programa, a individualidade passa a formar o mapa genético, com o qual monta a sua estrutura física, com a finalidade de auxiliar o espírito na obtenção de sensações que o leve a tomar decisões necessárias à continuidade de sua movimentação com o fito de efetuar o aperfeiçoamento.

Em muitos lugares existem menções sobre o desenvolvimento moral e o intelectual, algumas delimitam o desenvolvimento da individualidade ao plano moral ou espiritual e ao plano intelectual ou físico. Na realidade existe a evolução da individualidade, que é o seu aperfeiçoamento, pois a individualidade é formada pelo espírito imaterial e matéria onde se aloja. Esse aperfeiçoamento ocorre na individualidade como um todo. Conforme a individualidade vai se desenvolvendo, passa pela evolução espiritual durante todo o processo de aperfeiçoamento, passa pela evolução física durante o desenvolvimento de seu corpo físico, passa pela evolução mental durante toda sua caminhada e pela evolução moral a partir da aquisição do livre arbítrio. Ela inicia sua caminhada no plano mineral, passando pelo plano vegetal até atingir o plano animal. Como o espírito faz parte da individualidade, podemos mais uma vez dizer que a evolução espiritual é da individualidade como um todo.

As demais denominações, evolução moral, evolução intelectual e evolução física são usadas para designar formas de evolução de acordo com conhecimentos específicos prolatados pela ciência e por algumas formas religiosas, com o intuito de explicar o aperfeiçoamento das individualidades.

Bela Vista do Paraíso, 19 de maio de 2020.