Tudo no universo se comunica. Sem comunicação nada existe, uma vez que tudo está intrinsecamente ligado na formação do todo. Diante da construção universal, podemos afirmar que o primeiro “tijolo” a ser fabricado é a individualidade. A individualidade tem por finalidade expandir a construção universal e, por isso, ela começa a se comunicar desde o momento de sua criação.
A individualidade é uma partícula do Criador, que imaterial, se acopla à matéria no momento de sua formação, isto com a finalidade de aperfeiçoar-se. Esse aperfeiçoamento compreende a sua evolução que se opera durante a existência como tal. A evolução caminha rumo a perfeição que se dá com o completo desvencilhar da matéria pelo espírito, momento em que, expandido pela aquisição da sabedoria divina, o faz novamente imaterial com a finalidade de voltar a integrar o espírito do Criador, que receberá essa expansão para a formação de novos universos.
Agora sabemos que cada individualidade quando criada, é formada por espírito e matéria, desde a mais densa até a mais sutil. A partir do momento de sua criação, a comunicação espírito-matéria é uma integração imprescindível.
No início do desenvolvimento da individualidade, que é composta de espírito e matéria, a formação do corpo físico com matéria mais densa retirada dos elementos compositores do planeta, a comunicação inicial dá-se entre as partículas atômicas que formam as células de toda sua estrutura. Conforme o desenrolar do desenvolvimento do corpo físico, instrumento feito com os elementos da matéria densa retirada do planeta, com a finalidade de auxiliar o espírito na sua caminhada evolutiva, a comunicação é uma constante.
Construído o corpo físico e com o aprimoramento da individualidade, cada vez mais se verifica a necessidade de expansão da comunicação para além de si, isso com o intuito de interagir com as demais. Essa comunicação que, num primeiro momento, ocorre entre os elementos da estrutura atômica, foi com o passar do tempo aumentando e evoluindo de acordo com a necessidade de cada individualidade durante seu aperfeiçoamento.
Com milhões de anos de desenvolvimento, a individualidade alcançou o livre arbítrio, condição que lhe oportunizou aperfeiçoar o método de sua comunicação. Inicialmente, com esse aperfeiçoamento, a individualidade passou a usar os sinais pessoais com a finalidade de se fazer entender pelas demais individualidades. Com o passar do tempo descobriu que os sons emitidos também poderiam ser uma forma de comunicação, com isso foi estabelecendo mais um meio de interação. Decorrido mais um tempo, surgiu a capacidade para expressar sua vontade através de símbolos, que gradativamente os transformou em novo objeto de comunicação, a escrita. Tudo isto se aperfeiçoou ao longo do tempo e hoje é a pedra fundamental da comunicação verbal e escrita, cuja comunicabilidade proporciona todo o conhecimento que possui a individualidade denominada ser humano.
Como já dissemos que toda individualidade é composta de espírito e matéria, a comunicação é operada desde o princípio pela ação do espírito que é a base fundamental de sua constituição. O espírito é quem proporciona o desenvolvimento de todas individualidades, pois ele é quem gera a vida tal qual se conhece.
O ser humano é uma individualidade composta de espírito e matéria. Na constituição desse ser, o corpo físico é desenvolvido com a dinâmica espiritual que organiza sua construção e o mantém ativo por um determinado período de tempo. Vencido o tempo, pela via natural ou por condições adversas, a matéria que compõe o corpo físico volta ao solo de onde saiu, passando novamente a ser regida pelo espírito do planeta.
Como dissemos em escritos anteriores, a matéria que acompanha toda individualidade não se restringe apenas a essa conhecida atualmente como detentora dos quatro estados: sólido, líquido, gasoso e plasmático, mas se compõe de outros elementos que geram estados ainda ocultos aos olhares do atual conhecimento terráqueo.
Quando o espírito se desvencilha do corpo físico, continua emaranhado na matéria sutil, uma vez que assim ocorreu desde o início de seu caminho rumo ao aperfeiçoamento. O aperfeiçoamento atingirá o seu ápice quando o espírito estiver livre de toda a matéria densa e sutil, tornando-se puramente imaterial, ocasião em que passará a integrar novamente o espírito do Criador.
Toda vez que citamos o espírito, nós nos referimos ao objeto principal e permanente da composição de todas as individualidades. Tudo depende do espírito para existir, nada existe sem a interferência dele que é a fonte de tudo, é o gerador da dinâmica do universo, que nós denominamos como sendo a VIDA.
A vida então existe em cada partícula, em cada objeto, estando este ou não participando diretamente de uma individualidade especialmente designada como tal pelos habitantes do planeta. É necessário entender que cada átomo, cada objeto está vinculado ao espírito. Se um objeto estiver separado da individualidade a que pertencia, irá automaticamente fazer parte de outra, nunca se desvincula do espírito que é a sua base fundamental, estruturador das partículas que compõem todas formas existentes.
Vamos exemplificar: Uma árvore é uma individualidade composta de espírito e matéria, pois bem, ela como árvore em sua parte física, é constituída para um mister, ou seja, para dar suporte ao espírito enquanto num período de tempo possa ele estar se aperfeiçoando. Como sua constituição irá mantê-la organizada por um determinado período de tempo, a extinção desse período fará com que sua parte material, volte a integrar-se novamente ao espírito regente do local donde saiu para efetuar sua constituição. Terminado dito período, a matéria densa vai se desligar daquele espírito que volta para a constituição de nova individualidade e a matéria física que a acompanhava se desintegrará tornando-se novamente parte do planeta de onde se originou. Essa volta fará com que a matéria desintegrada passe a ficar sob o comando do espírito do planeta de onde saiu, compondo novamente a individualidade planetária. Da mesma forma, qualquer parte desta “árvore” que for retirada de sua estrutura, assim se comportará.
Quando um galho ou até a própria árvore é cortada, o terráqueo diz que ela morreu, mas na realidade nada morre porque as partículas que as compõem continuam dinâmicas e a vida como dissemos é essa dinâmica. Na realidade o fenômeno morte a que se refere o terráqueo, nada mais é que o encerramento das atividades de um bloco constituído por espírito e matéria densa. Em determinado momento há o término dessa atividade e, consequentemente, ocorre a separação entre espírito e matéria. A matéria densa que forma o instrumento de aperfeiçoamento da individualidade, ao desintegrar-se será recolhida pelo planeta donde se originou, passando a ser regida pelo espirito do próprio planeta. Já o espírito buscará novo instrumento arborífero para dar continuidade ao seu aperfeiçoamento, visto que cada espírito se integrará novamente ao instrumento material adequado a sua evolução.
Por essa razão afirmamos que nada morre, tudo continua vivo, operando-se apenas uma passagem dos elementos de uma para outra construção material, sempre no intuito da busca pela perfeição, como meta principal do espírito. Portanto a comunicação não se extingue com a extinção de um determinado bloco, continua para que a vida possa cumprir o seu papel de alicerçar o desenvolvimento universal.
Até aqui falamos sobre a comunicação entre as partículas, entre as individualidades e como elas se operam no campo físico, isto é, com a utilização das possibilidades ofertadas pelo objeto que as reveste, formando-as.
A individualidade tem um espírito e ele é quem detém a vida. Tal espírito é dotado de vários mecanismos para desenvolver o seu trabalho de aperfeiçoamento. Desta forma, podemos dizer que o espírito é o supremo detentor de tudo o que a individualidade é e faz.
Para que todas as movimentações das partículas ocorram, a primeira coisa que a célula espiritual faz é organizar o seu banco de memórias. Esse banco de memórias é constituído com a matéria sutil que a envolve e permanecerá ativo até que o espírito atinja a perfeição, quando então livre da matéria, integrar-se-á novamente ao espírito do Criador. Toda ação efetuada é registrada nesse banco de memórias, pois estes dados servirão de base para o desenvolvimento das individualidades rumo a buscada perfeição.
A partir de um determinado tempo de aperfeiçoamento a individualidade que alcançou o livre arbítrio e se encontra no planeta terra, passa a ser conhecida por ser humano terráqueo.
Pois bem, toda comunicação efetuada pelo ser humano se limita ao conhecimento adquirido até então, cujo conhecimento é resultado de aquisição própria, constituído pelos meios usados para essa finalidade. Com a capacidade adquirida, surgem várias formas de comunicação. Além das já mencionadas, temos a comunicação através das ondas de rádio, mais atuais as comunicações pelo meio digital que compreende o uso da internet, etc.
Existe ainda uma comunicação em que a ciência se debruça buscando informações e ainda não conseguiu organizar e tirar o devido proveito dela, cuja comunicação é a que se dá entre os espíritos. Essa comunicação é conhecida por telepatia. No passado propagada por estudiosos do mundo todo e ultimamente relegada a um segundo plano. Comunicação essa que foi muito estudada por especialistas de várias nações e que até o presente momento ainda não obtiveram o resultado esperado.
Cada individualidade vai ao longo de sua existência construindo a sua memória espiritual, formada pela ação do espírito de cada uma. É importante compreender que cada uma, independentemente do estado aparente de sua existência, tem o seu banco de memórias e organiza nele tudo o que acontece em sua estrutura física, desde suas movimentações até as movimentações e ações das individualidades que a compõem ou estão de qualquer forma a elas agregadas.
Durante sua caminhada, todas as individualidades possuem esse banco de memórias espiritual, cujo instrumento é construído na matéria sutil que envolve o seu espírito, matéria essa ainda desconhecida do terráqueo, cuja construção se dá ao longo de sua caminhada evolutiva. O espírito, por ser eterno, carrega nesse banco de memórias tudo o que vivenciou durante sua existência a partir do momento de sua formação. Ele vai acumulando as informações de sua caminhada até passar a integrar o espírito maior do Criador, quando então essa memória se desintegra.
Nesta altura é de bom alvitre dizer que quando uma individualidade dotada de livre arbítrio, utiliza-se do instrumento físico para seu trabalho de aprendizado, ele detém os meios para formar a memória que é organizada no seu sistema cerebral. Se por alguma razão houver um impedimento que torne o instrumento físico incapaz de utilizar o cérebro de forma normal como arquivo das informações, todos os registros ao longo de sua existência serão abrigados diretamente na memória espiritual.
Também se faz mister entender que quando a individualidade começa uma nova etapa de aprendizado, tal individualidade, por ter nova formação do instrumento físico, não traz nenhuma informação do aprendizado encerrado, pois com o início da nova etapa, tudo será construído durante essa vivência que se inicia com a formação corporal. Nenhuma informação contida na memória espiritual irá interferir na memória em desenvolvimento através do órgão existente no corpo físico. Todo e qualquer avanço obtido com o passar das etapas de aprendizado, já farão parte de sua evolução e estará implícita no comportamento da individualidade.
Atualmente existem muitos estudiosos que investigam o fenômeno da existência de uma memória universal. Dentre eles destacamos o escritor italiano de nome Pietro Ubaldi, que nomina essa memória como sendo “as noures”. Afirma ele ser possível acessá-las através de determinadas condições.
A dificuldade até o presente momento está sendo o acesso a este grande banco de memórias, pois o terráqueo ainda está muito preso à matéria, incapaz de se dedicar um pouco mais ao estudo sobre o mundo espiritual, onde reside a maior fonte de informações sobre sua existência. Enquanto o terráqueo não se dedicar mais a esse estudo das coisas espirituais, mais tempo demorará para perceber sua própria existência como integração espiritual, tal como é.
Sabemos que existe uma possibilidade de acesso a essas grandezas, porém, é necessário que o terráqueo se dedique a encontrar informações que o levem a elas. Desta forma, julgamos importante que o terráqueo se desligue um pouco mais das coisas extremamente materiais. Esta condição de ser muito atrelado a coisas materiais, o exilam de sua intimidade espiritual, passando a ideia de que existe mais alguma coisa além do espírito e a matéria. Explico melhor, quando a individualidade aqui representada pelo ser humano, composta de espírito e matéria, como já dito em capítulos anteriores, é comum afirmar que ela possui um corpo físico, um espírito e um ego.
Pois bem, existem muitas informações de estudiosos que dão a entender que o ego está à parte do espírito como sendo uma terceira representação. Nós entendemos que existem apenas duas representações da individualidade: espírito e matéria. O ego é apenas e tão somente a manifestação do comportamento da individualidade e este comportamento está sim diretamente ligado ao espírito que o rege, por isso é que não existe nada separado, nada fora do espírito, tal como a figura denominada ego.
É necessário observar o que existe além dos escritos já propostos até o presente momento e observar um pouco mais além. O terráqueo tem muito daquilo que se chama mistério, ele em vez de raciocinar em cima da simplicidade da criação, busca na complexidade o que está na simplicidade e, por isto, é incapaz de ver nas pequenas coisas o perfeito funcionamento de tudo o que existe.
Quando o terráqueo começar a buscar a sabedoria dentro de si ele a encontrará, pois a sabedoria divina se encontra dentro de cada individualidade, basta que aprenda a buscá-la dentro de sua alma, detentora de toda informação que o Criador possui. É um fato que todas as individualidades possuem essas informações, embora ainda ocultas pela matéria que as envolvem e que com o tempo serão retiradas, desaparecendo consequentemente os véus da escuridão, para que assim possam surgir os iluminados raios da realidade cósmica sobre tudo e todos.
Como acabamos de ver, tudo no universo se comunica e este tema da comunicação nos ajuda a entender como tudo no universo está emaranhado. Dentro deste estudo constatamos que cada individualidade escolhe o caminho que quer seguir. Na casa da individualidade denominada ser humano, essa comunicação é extremamente ativa, pois ela vai determinar que se realize a vontade de cada uma, conforme sua necessidade. Sua comunicação interna determinará o que melhor lhe convém. Muitas vezes, a individualidade não tem consciência de que aquilo que lhe está ocorrendo é escolha sua, por isso a importância do recolhimento, da meditação, do silêncio, para que cada uma possa pensar um pouquinho sobre o que é e o que está fazendo naquele determinado lugar. O recolhimento oportuniza a ciência no esclarecimento de que a comunicação é fundamental para que a individualidade possa caminhar rumo a harmonia, destino de todas elas.
A individualidade ser humano, deve trabalhar a respeito do que pode ser feito para melhorar sua atitude no lugar onde se encontra, pois tudo ocorre por sua vontade, nada neste planeta ocorre sem que antes tenha sido planejado. Tudo é comunicação. Se está aqui é porque escolheu estar aqui, é o melhor lugar para estar desenvolvendo o seu trabalho de aprendizado. A individualidade ser humano, deseja sempre culpar alguém ou algo pela sua negligência, preguiça ou orgulho, quando não consegue fazer alguma coisa necessária para auxiliar a outra, esquece-se de que tudo está em constante ligação através da comunicação. É necessário se atentar para o que deve ser realizado no alcance da harmonia e não aquilo que se deseja fazer, cujo resultado pode gerar a desarmonia.
Culpamos os estadistas pela realização da guerra, mas esquecemos que ele também é um instrumento dos fatos que levam as individualidades a participarem daquela situação. Não há inocentes em nenhuma ocorrência, todos estão no lugar e no momento certo para fazerem o seu aprendizado. O orgulho da individualidade não permite que ela se abstenha de julgar. A individualidade ser humano é perita em achar que as coisas deveriam ser do que jeito que elas querem, põe a culpa nos outros por seus fracassos e se esquecem de que o fracasso é delas e somente elas deverão perceber a reação dos atos por elas praticados.
Uma guerra é a consequência de uma ação efetuada pelas próprias individualidades que em determinado tempo deverão passar por elas para poderem entender o caráter educativo de cada ação.
Crianças que são mortas, velhos que são maltratados, isso é necessário porque deles foi a escolha feita quando estavam no plano espiritual. A criança tem apenas o corpo físico iniciante, porém seu espírito é milenar e está preparado para tudo o que acontecer. A criança em seu estado pequeno é uma forma de utilizar a dedicação dos pais para aprenderem enquanto estão treinando para andar, falar, comer e estudar. Nunca deixam de ser espíritos milenares e responsáveis pelos seus próprios atos. Cada criança necessita de ajuda enquanto iniciam seu viver como individualidade naquela oportunidade. Isto é também um grande treinamento para os pais que se separam um pouco da rotina para se dedicarem ao infantil que ali está, auxiliando-o no desenvolvimento do seu aprendizado.
Tudo ocorre como deve ocorrer, nada está fora do lugar, portanto, é necessário ativar seu comportamento na busca da melhoria dos atos do dia a dia no rumo da harmonia. Não existe nada que esteja fora da comunicação, ela é o instrumento de ligação de tudo e de todos.
Desta forma, concluímos que tudo no universo se comunica, desde os elementos compositores dos átomos, passando pelas individualidades, indo até os seres mais perfeitos que já alcançaram a plenitude da evolução e que já integram a Divindade. Portanto, é imprescindível observar que com essa realidade existem os mais variados meios de comunicação e todos eles necessitam de um aprimoramento, principalmente quando essa comunicação se dá entre individualidades que estejam em planos diferentes de existência. Desta forma, fica implícito a necessidade de se aperfeiçoarem no encontro dos meios de estabelecer essa comunicação, mas tudo se comunica no universo. É de consequência uma comunicação entre tudo e entre todos.
Bela Vista do Paraíso, 27 de agosto de 2022
Caetano Zaganini