BANCO DE MEMÓRIAS ESPIRITUAL – Capítulo 10

Banco de memórias é uma central para arquivamento de informações, nele fica guardado tudo o que for do interesse de alguém com a finalidade de ser consultado quando necessário. Neste

arquivo estão todas as informações que alguém desejou preservar. Normalmente os bancos de memórias são encontrados nos computadores e em outros aparelhos próprios para esse mister.

Os aparelhos que contém os bancos de memórias foram “idealizados” pelo homem, para sua comodidade e necessidade do desenvolvimento de determinados trabalhos.

Da mesma forma que o homem desenvolveu o computador para trabalhar com o banco de memórias, assim também o universo tem seus próprios mecanismos de arquivamento de tudo o que acontece desde sua criação. Cada movimento provoca uma alteração na energia cósmica do universo e essa alteração, por seu turno, gera condições para que ela seja arquivada em locais apropriados.

A Força cósmica universal é a energia que sustenta o universo, ela é extremamente sutil e permeia todos os locais. Sendo assim, qualquer movimento voluntário feito pelas individualidades ocasiona uma modificação em sua formatação e esta modificação permanece pela eternidade. A modificação efetuada vai gerar as condições necessárias para que ela seja incluída no arquivo memorial, nome que designa o local onde ficarão disponíveis estas informações. Não há limites para estas modificações serem arquivadas, pois o universo é capaz de suportar todas as alterações promovidas por qualquer individualidade com o respectivo arquivamento.

Nós vivemos num planeta portador de um espírito que o anima. Para que ocorra o desenvolvimento, ou seja, a evolução ou aperfeiçoamento deste planeta, é necessário ter um banco de memórias arquivando todas as ocorrências com as quais o aperfeiçoamento se desenvolve, vejamos, por exemplo, quando alguém pratica um ato contrário à harmonia, recebe como resposta uma advertência que pode ser uma dor, um desconforto e, para que ele possa praticar o ato de forma diferente, é necessário ter na memória qual foi o ato praticado. Tudo neste universo trabalha desta forma, verificando o que foi feito para poder fazer igual ou diferente. Para os terráqueos o desenvolvimento iniciou com a formação do planeta Terra e segue aperfeiçoando-se, tal qual pode ser visto na atualidade.

Cada espírito tem seu próprio arquivo, assim também o espírito do planeta Terra dispõe de seu próprio arquivo, o que permite seu desenvolvimento, praticando os atos de acordo com sua necessidade, norteado pelo princípio inteligente. O planeta é construído dentro da harmonia e como tal ele se desenvolve, mas quando há uma interferência externa na sua harmonia, ele reage a altura da necessidade do retorno a ela.

Esta é a importância de um banco de memórias. O ser humano desde o momento que foi criado também trabalha o seu desenvolvimento baseado num banco de memórias. Quando ele é criado carrega em seu espírito um banco de memórias. Esse banco de memórias contém todas informações sobre cada ato praticado pela individualidade e será preservado pela eternidade.

Quando a individualidade inicia sua caminhada, traz consigo o banco de memórias espiritual. Esses dados ali existentes norteiam o seu desenvolvimento até alcançar o livre arbítrio. A partir da aquisição do livre arbítrio, a individualidade passa a fazer uso deste banco formado pelo corpo físico, durante sua existência material. Tal banco pode ser acessado toda vez que a individualidade necessita de informações para pôr em prática os seus atos do dia a dia, com o intuito de aperfeiçoamento.

O espírito que anima o planeta terá em seu banco de memórias tudo o que acontece com ele e com quem o habita. Todos os detalhes são arquivados e podem ser acessados a qualquer momento por aqueles que tiverem capacidade para tal. Por exemplo, seres com evolução mais elevada e necessitando de informações sobre determinado planeta, acessam o banco de memórias desse planeta para verificarem o grau de evolução em que se encontra e como é o comportamento das suas individualidades. Muitas vezes, assim agem para destinar auxílio aos constituintes do citado orbe.

O Mestre Maior do planeta Terra, tinha e tem essa capacidade de acesso sobre o desenvolvimento deste orbe, pois além de tudo ele é o seu governador. Sempre acessou detalhadamente o que estava arquivado no banco de memórias do planeta, o que faz até a atualidade, sendo necessário.

Na atual fase de evolução do planeta Terra, o espírito que compõe a individualidade necessita de um corpo físico com a finalidade de ter as sensações emanadas por ele e assim determinar o passo seguinte para desencadear a próxima ação. Adquirido o livre arbítrio, começa a utilizar-se da memória cerebral como instrumento de decisão.

Para cada período de experienciação que o espírito faz durante sua existência, denominado por alguns como reencarnação, há a formação de um corpo físico e nele um cérebro, órgão principal que gerencia toda sua movimentação. Ele controla todo o corpo físico e serve de instrumento para o espírito poder agir de acordo com suas necessidades. Através dele, o espírito raciocina, toma decisões e mantém um arquivo de tudo o que ocorre desde o começo da reencarnação até o seu final. Desfeita a máquina cerebral o espírito recolhe em seu banco de memórias tudo o que estava arquivado durante aquela existência física.

Esta operação acontece toda vez que a individualidade muda do estado físico para o estado espiritual, fato que ocorre com a morte, determinante da desintegração do corpo físico, podendo ainda ser denominado de passagem para outra dimensão, ida para a vida espiritual ou vida eterna.

Nós sabemos que o corpo físico é um instrumento de trabalho utilizado pelo espírito para obter sensações, as quais oportunizarão o aprendizado evolutivo. Pois bem, o corpo físico somente estará “vivo”, enquanto durar a permanência do espírito no seu comando e isto também depende das condições adequadas, tais como o seu regular funcionamento.

Com a “morte” ocorre o desligamento do espírito que está comandando o corpo físico. Sabemos também que todas as informações obtidas durante a existência do corpo físico estão armazenadas no banco de memórias do cérebro, pois o cérebro serve para instruir o espírito durante sua existência física. Com o desligamento do espírito, o cérebro será dissolvido juntamente com o corpo e toda informação ali armazenada se perderá, neste momento se dará a transferência delas para o banco de informações do espírito, cujo ato denominamos transferência memorial.

Quando o espírito vai fazer um novo trabalho de aprendizado utilizando o corpo físico, inicia automaticamente a construção dos novos conhecimentos necessários a esse desenvolvimento. Utilizando-se do seu mecanismo automático de desenvolvimento, o programa instintivo, orienta todos os comandos para que o corpo possa se desenvolver e desempenhar seu mister e ainda manter a preservação da espécie. Juntamente com o desenvolvimento do corpo físico a individualidade vai adquirindo conhecimento através de estudos e práticas nos atos do dia a dia, o que resulta em aprendizado geradores de movimentos na energia cósmica que são gravados para formar a base de dados do cérebro.

Tudo isto gera informações que são armazenadas no cérebro, cujo armazenamento ocorre durante todo o período de sua existência vital com o corpo físico. Cada “vida” pressupõe uma nova etapa de aprendizado, que vai até o final da existência daquele corpo 

Todas as informações das vidas passadas são armazenadas no banco de memórias do espírito, que as traz desde o começo de sua existência, seu nascimento como ser individual.

No momento em que o espírito se prepara para desligar do corpo físico vai ocorrer uma passagem de todas as informações obtidas durante a vida e que estavam armazenadas no cérebro, para o banco de memória do espírito, pois, ele deverá sincronizar todas as informações que o permitem denunciar o seu estado evolutivo, cujo estado comandará sua nova experiência quando for utilizar novamente um corpo físico.

Existe uma coisa interessante que é o estado espiritual, livre das garras do corpo físico, este estado permite ao espírito ter uma visão mais adequada de sua real condição evolutiva e terá condições de saber o que poderá e o que deverá fazer numa próxima experiência, cujas condições serão parte de sua programação em uma nova vinda a escola.

No momento em que vai se dar a transferência de informações do cérebro para o banco de memória do espírito, surge como se fosse uma tela de computador, onde, à semelhança do que quando transferimos fotografias para o computador, vai aparecendo tudo o que existe na memória da máquina fotográfica e cada uma delas surgindo e desaparecendo rapidamente, também essa é a forma como se transferem todas as informações do banco de memórias cerebral para o banco de memórias espiritual. Todas as informações durante a transferência passam pelo consciente da individualidade, como se estivessem projetados numa tela de computador. As informações passam rapidamente como projeções fotográficas e nenhuma informação é perdida, pois todas são devidamente arquivadas.

Muitos dos que passaram pela experiência de quase morte, afirmam que veem uma luz para onde caminham. Toda esta ocorrência é uma abertura para que se opere a passagem das informações que estão arquivadas no cérebro, para o banco de memórias do espírito.

A experiência de quase morte é o fato revelador do instante em que o espírito prepara para separar-se do corpo físico, iniciando, consequentemente, o processo de transferência memorial. Há alguns casos em que ocorre a reversão desse processo, tendo em vista que o corpo físico ainda demonstra capacidade de manter-se em atividade por um determinado período de tempo

Ocorrendo a reversão, com a transferência de alguns ou todos os dados contidos na memória cerebral, há o recomeço da trajetória da vida física. Esta atividade de reiniciação gera todo um processo de compreensão do aprendizado já realizado. A partir daí, novos conceitos poderão surgir, pois, o espírito tem oportunidade de fazer nova avaliação de suas condições evolutivas. É por isso que muitos dos que passaram por esta experiência mudam de vida, passam a ver os acontecimentos de outra forma, descobre outros meios de avaliar suas ações, pautam o seu regramento dentro de uma maior espiritualização.

O aparecimento desta oportunidade de continuar encarnado, gerará para a individualidade as condições de evoluir mais rapidamente e com novos conceitos, por isso, todos os que se encontram nesta condição estarão, por assim dizer, vivendo uma nova vida, literalmente uma nova oportunidade de aprendizado fará parte de sua existência física, dentro da capacidade e do que lhe permite o livre arbítrio.

Quando a individualidade que faz o retorno ao mundo físico e ainda não desenvolveu suas potencialidades cerebrais, o espírito mantém em seu arquivo as ocorrências, pois a necessidade do espírito é que comece uma nova experiência esquecendo-se do passado, para poder formar sua nova história e, consequentemente, fazer o aprendizado necessário naquele período.

Os espíritos mantém em seu arquivo tudo o que já viveu e quando encarnados passam pelo esquecimento dessas coisas arquivadas em outras vidas, somente tendo acesso quando de uma necessidade especial, oportunidade em que poderão verificar algumas coisas do passado, normalmente através de sessões hipnóticas ou regressões de memória necessárias a um determinado tratamento, também podem ocorrer em outras situações. É importante ressaltar que esse acesso só ocorre quando é importante para o espírito, podendo muitas vezes, fora da necessidade, aparecerem quadros que não correspondam à realidade, a chamada mistificação dos fatos.

É importante saber que o espírito tem o princípio inteligente e, por isso, tem a capacidade de desenvolver qualquer coisa. Todo o conhecimento adquirido pela humanidade fica arquivado num banco de memórias especialmente formado para esse mister, como já afirmamos anteriormente. Há um autor espiritualista italiano, Pietro Alleori Ubaldi, que se refere a este banco de dados como sendo as noures. Esse banco de dados pode ser acessado através da intuição que muitos consideram uma forma de mediunidade. Para os psicanalistas a referência é o Inconsciente Coletivo, que segundo o conceito de psicologia analítica criado pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, é a camada mais profunda da psiquê. Ele é constituído pelos materiais que foram herdados, e é nele que residem os traços funcionais, tais como imagens virtuais, que seriam comuns a todos os seres humanos.

Há humanidades mais evoluídas que a terráquea e, portanto, com conhecimento mais elevado. Como a solidariedade é uma virtude universal, esses seres acompanham as humanidades menos evoluídas e as auxiliam quando necessário e permitido. Há também seres que estão em fases mais adiantadas que se dispõem a reencarnar entre os terráqueos, para finalizar estudos que os levem a se capacitar para participarem do preparo de locais adequados, onde os iniciantes de uma nova fase farão o seu aprendizado. Tais procedimentos estão ocorrendo no momento atual do planeta Terra, que muito em breve se elevará para uma nova fase de aprendizado, não se esquecendo que o tempo no outro lado não é calculado em virtude do dia e da noite, mas possui seu próprio método de cálculo.

O conhecimento sempre vai até onde a individualidade tem capacidade de absorvê-lo, a exemplo do que ocorre com uma criança quando inicia o primeiro ano escolar, não pode ela ainda desenvolver cálculos matemáticos usados em engenharia mecatrônica, pois ainda não tem desenvolvida a capacidade para lidar com eles. Desta forma, o terráqueo que se encontra na primeira fase de evolução não poderá entender o que se passa na segunda fase, no caso a regeneração.

Cada individualidade tem seu próprio banco de memórias, usando-o para desenvolver o seu aperfeiçoamento. Quanto mais evoluída a individualidade, mais capacidade terá para acessar estes bancos memoriais.

A conclusão é de que tudo o que existe está preservado desta forma, inscrito no livro da vida, como afirmado no apocalipse de João, no capítulo 20, versículos de 11 a 15:

11-E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles

12-E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.

13-E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras.

14-E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte.

15-E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.

Estes são escritos que ajudam na compreensão de que tudo fica gravado e pode ser acessado quando necessário por seres assim capacitados para tal. Portanto, nada fica sem o devido registro, podendo ele mostrar tudo o que acontece com o desenvolvimento de cada individualidade, mais oculto aos menos evoluídos, acesso mais profundo em razão do maior desenvolvimento evolutivo alcançado.

São Paulo, 12 de fevereiro de 2014.

Bela Vista do Paraíso, 07 de maio de 2020

Caetano Zaganini