ATITUDES E RESPONSABILIDADE – Capítulo 7 – Caminhos da Evolução

Na atual fase de evolução dos terráqueos, é muito comum que uma
individualidade analise a outra em busca de meios para justificar suas dificuldades
comportamentais. Mas por que isso ocorre? Vamos agora discorrer um pouco sobre
este fenômeno.

Quando a individualidade se sente frustrada com alguma situação que se
assemelha à que lhe foi imposta na infância, ela estará vivendo repetidamente
situações semelhantes com o objetivo de buscar o entendimento e superá-las. Essa
vivência ocorre, na maioria das vezes, de forma inconsciente, já que a pessoa não
concorda com a situação que a fere e que evidencia o resultado doloroso. Assim, surge
a oportunidade de buscar a solução para essa questão.

Existe a máxima de que aquilo que vemos nos outros é um reflexo do
nosso próprio comportamento. Ao analisarmos, percebemos que toda vez que uma
pessoa impõe um determinado comportamento a outra, na verdade está agindo da
mesma forma, negando essa ação. A pessoa que impõe o comportamento está, na
verdade, expressando seus próprios sentimentos e não os da outra pessoa. Ela se
sente excluída e deseja que a exclusão recaia sobre a outra pessoa, e não sobre si
mesma.

Dessa forma, cria-se a ideia de que são os outros que geram essas
situações e não a própria pessoa, como uma maneira de lidar com problemas do
passado. Ela sempre lutou para que a rejeição fosse direcionada aos outros e não a si
mesma. Essas situações são criadas como uma forma de justificar os sentimentos
negativos em relação às atitudes passadas.

Muitas vezes, a individualidade ainda não possui a capacidade de superar
os problemas que gostaria de ver resolvidos. Por conta disso, passa a querer justificar
que a rejeição não se deve a ela, mas sim porque a outra pessoa a quer ou provoca.
Isso cria uma situação para justificar sua incompreensão do passado. Mesmo que
atualmente não aparente haver essa rejeição, ela continua a persegui-la, e é por isso
que se sente necessidade de uma justificativa na outra pessoa. Mesmo que o
problema já não exista mais, a pessoa sente a necessidade de se justificar, atribuindo a
atitude da outra como razão para sua própria tranquilidade.

O problema é dela e não da outra, porém ela acha interessante ter uma
justificativa para o seu próprio inconsciente. Ela acredita que o problema é a outra que
provoca, e não o passado dela. Mesmo tendo modificado seu entendimento atual, ela
continua querendo justificar que tudo tem a ver com a outra e não com as situações
que, muitas vezes, ela mesma criou.

Portanto, é importante compreender que as rejeições enfrentadas no
passado não são necessariamente direcionadas aos outros, mas sim às suas próprias
atitudes e às situações que criou. Muitas vezes, essas situações foram criadas para
evitar certas ocorrências desagradáveis, pois faziam parte de uma trama que vem

sendo construída ao longo do tempo, influenciada pelo comportamento de seus
ancestrais.

Toda essa construção visa possibilitar que a individualidade como
participante atual possa aprender e agir de forma diferenciada. Enquanto isso não
acontecer, a pessoa continuará sendo eternamente devedora e nunca beneficiária da
solução. É fundamental enfrentar as situações e deixar um pouco de lado o orgulho de
sempre estar certa. Esse orgulho, muitas vezes, pode ser o motivo pelo qual não se
reconhece que é a própria pessoa que precisa resolver o problema, e não a outra
participante, que, embora também faça parte da situação, não tem relação direta com
o insucesso. Cada um é um ser individual, com seus próprios sentimentos, e não se
justifica atribuir à outra a responsabilidade pelo fracasso.

Uma pessoa nunca deve esquecer que a individualidade do outro é um
reflexo da sua própria. Portanto, suas ações refletem o desejo de que a outra pessoa
seja quem está sendo ou foi rejeitada, e não ela. Isso serve como justificativa para suas
ações passadas, alegando que estas não têm relação com a rejeição atual que ainda
não foi superada.

É muito importante compreender que não se deve viver atualmente os
problemas do passado, pois eles surgiram em razão de estarmos aqui nesta vivência
para aprender com as situações e não para viver eternamente nelas. Os desafios são
oportunidades de aprendizado, não de sofrimento prolongado. Superados alguns
problemas, é importante se preparar para os novos que surgirão, pois estamos aqui
para um aprendizado constante. Se fixarmos apenas no primeiro problema,
perderemos a chance de evoluir com os desafios futuros. Assim como na escola,
durante as provas em sala de aula, resolvida uma questão, devemos buscar a solução
para a próxima.

Assim também acontece com os desafios que surgem desde o início até o
desfecho do ciclo. Cada obstáculo superado contribuirá para nosso constante
aprendizado. Se por acaso não conseguirmos resolver o problema, será necessário
retornar a ele, refletir profundamente até encontrar a solução e assim incluí-lo em
nosso livro de memórias.

Todos aqueles que participam da vida estão sujeitos a passar por esse
processo, pois estamos aqui para aprender. Para comprovar o que aprendemos, somos
constantemente desafiados, assim como acontece na escola. O caminho em direção à
perfeição é longo e repleto de desafios. A cada vez que enfrentamos esses desafios,
avançamos um pouco mais nessa jornada. Caso o resultado de uma prova não seja
satisfatório, novas oportunidades surgirão, permitindo que façamos uma nova
tentativa e alcancemos a conclusão desejada, seguindo a lei da harmonia.

Todas as situações decorrentes do comportamento de uma pessoa são
consequências das ações realizadas no dia a dia. Essas ações são necessárias para
garantir a sobrevivência do corpo físico da pessoa. O corpo precisa se alimentar, se
locomover, se abrigar, se proteger e garantir a continuidade da geração de novas

gerações. Portanto, cada ação tem esse propósito e o resultado delas irá mostrar quais
foram as melhores ao longo da vida.

Na sala de aula, o professor assume o papel de explicar a matéria que o
aluno está tentando aprender. Já na jornada evolutiva, o professor se torna a resposta
às ações praticadas diariamente. Neste contexto, é essencial destacar que cada
indivíduo busca constantemente aperfeiçoar-se, visando alcançar maior satisfação em
sua própria vida.

Não há outro propósito para a vida além da busca pela perfeição. Cada
indivíduo procura alcançar a tranquilidade e a paz por meio de suas ações, seguindo a
lei da harmonia que governa o universo. Ao longo de sua jornada, o indivíduo busca
conhecimento através daqueles que deixaram um legado, aprendendo que é possível
encontrar a tranquilidade e a paz agindo de determinadas maneiras. Muitas pessoas
baseiam suas ações na sabedoria transmitida por ancestrais ou estudiosos, buscando
assim a felicidade.

Nessa longa jornada em busca do que fazer de melhor, muitas
individualidades se perdem no emaranhado dos problemas surgidos e necessários para
o aprendizado. Muitas vezes, o que já foi feito pelos que nos antecederam não
consegue auxiliar os iniciantes, que se veem menos capazes de efetuar o referido
aprendizado.

As individualidades sempre buscam meios para facilitar seu aprendizado,
procurando, através de outros, testemunhos que podem vir de escritos, informações e,
ultimamente, de facilitadores religiosos. Esses facilitadores muitas vezes procuram
auxiliar, mas de maneira que seja feito conforme pregam, sem buscar basear-se na
reação de seus atos.

Se a individualidade tem interesse em melhorar a prática de seus atos para
que lhe tragam mais tranquilidade, deve observar mais a forma como age quem
demonstra essa tranquilidade do que apenas ouvir palavras de quem não a possui.
Sabemos claramente que um exemplo vale mais que mil palavras, por isso deve-se
procurar sempre acompanhar essas individualidades para poder distinguir seus atos
dos atos daquelas que ainda não se sentem seguras de seu comportamento.

Todo conhecimento proveniente do passado é valioso, uma vez que auxilia
na tomada de decisões mais acertadas e condizentes com a calma e serenidade
almejadas. Além disso, é essencial considerar a evolução e os avanços científicos, pois
estes podem indicar a necessidade de adotar novas formas de agir no cotidiano,
visando alcançar o melhor resultado possível.

O conhecimento do passado serve como base para o desenvolvimento do
futuro. É crucial não se ater exclusivamente ao modelo de comportamento das
individualidades do passado distante, uma vez que estavam inseridas em outra
realidade. Portanto, é importante aprender com o passado, mas não aplicar
literalmente seu comportamento, devido aos avanços no conhecimento

comportamental. Dessa forma, a escolha deve ser cuidadosa, observando sempre os
resultados advindos da prática de seus atuais atos.

Colocamos dessa forma, pois podemos comparar esse processo de
desenvolvimento com a progressão escolar dos alunos, que a cada ano aprendem
novas lições. Os alunos não devem se estagnar no primeiro ano, por exemplo, pois
sempre haverá novos ensinamentos nos anos seguintes para que possam aprimorar
adequadamente sua aprendizagem.

É importante cada um olhar para dentro de si e assim descobrir suas
dificuldades e com elas fazer o planejamento de como enfrenta-las e ao final superá-
las. Cada individualidade tem a sua dificuldade e ela é quem vai direcioná-la a
encontrar a melhor solução. Por ser a individualidade única e indivisível tem suas
próprias maneiras de agir, por isso é que cada uma deve se preocupar com ela mesma
e deixar que a outra faça o que achar conveniente para realizar o seu aprendizado.
Cada um deve procurar descobrir as suas dificuldades e não ficar olhando para as
dificuldades dos outros a não ser que já tenha consciência de que as dificuldades dos
outros são as suas próprias.

É importante que cada pessoa olhe para dentro de si mesma e descubra
suas próprias dificuldades. Com base nisso, é essencial fazer um planejamento para
enfrentá-las e, no final, superá-las. Cada indivíduo possui suas próprias dificuldades,
que irão guiar a busca pela melhor solução.

Por ser única e indivisível, a individualidade de cada um se manifesta
através de diferentes formas de agir. Por essa razão, é fundamental que cada pessoa
se concentre em si mesma e permita que os outros ajam da maneira que considerarem
mais apropriada para o seu próprio aprendizado. Cada indivíduo deve procurar
identificar e lidar com suas próprias dificuldades, sem se preocupar excessivamente
com as dificuldades alheias, a menos que esteja consciente de que essas dificuldades
também são suas.

Quando eu puder olhar o outro e não ver nele problemas, também não os

terei, porque a cada um importa o resultado de seus atos, apenas.

Bela Vista do Paraíso, 2023.
Caetano Zaganini