A VOLTA AO MUNDO FÍSICO E A EVOLUÇÃO Capítulo 11 – Caminhos da Evolução


Quando falamos em evolução, consideramos todo um processo que se inicia com a formação do universo e termina no encontro das individualidades com seu criador, um processo que ocorre constantemente. O universo se desenvolve dentro de um processo dinâmico, progredindo gradualmente e realizando as modificações necessárias para alcançar seu aperfeiçoamento, que é o destino de tudo o que foi criado. É importante esclarecer que a criação ocorre quando há uma estruturação do elemento primordial.
O elemento primordial, ao ser estruturado, forma a matéria e inicia um ciclo de divisões para que a expansão do espírito do Criador, que existe com essa finalidade, seja efetuada. Formada a matéria, ela começa a se dividir e as primeiras divisões levam à formação dos astros, que, em um determinado conjunto, podem ser comparados à formação de átomos. Ao se estabelecerem, os astros assumem as mais diferentes formas e tamanhos, passando consequentemente a se constituírem como super átomos, como já mencionado em escritos anteriores. Esses super átomos vão formar um corpo muito grande que terá também as suas atribuições dentro do universo, como uma individualidade maior.
Em livros escritos anteriormente, foi abordado o processo de constituição das individualidades. Inicialmente, é destacado que a formação das individualidades ocorre a partir da divisão da matéria formada com o elemento primordial que se estruturou e a constituiu. Além disso, é mencionado que, para fins didáticos, a individualidade é composta por uma fagulha do Criador que se une à matéria. Ao falarmos em matéria, referimo-nos a toda a matéria, incluindo aquela conhecida pelos terráqueos e aquela que se encontra em um estado mais sutil, porém integrando tudo.
Desta forma, podemos afirmar que a individualidade é composta por espírito e matéria, sendo que o espírito permanece individual até se libertar da matéria, seja ela densa ou sutil, momento em que passará a compor novamente o Espírito Divino. Nesta composição, o espírito detém todo o conhecimento divino, porém este conhecimento só vai se manifestando à medida que ele se liberta da matéria. É fundamental compreender que o espírito é quem coordena tudo e é a sede principal da individualidade, sendo por meio dele que se dá o desenvolvimento e a evolução na busca pela perfeição intrínseca do Criador.
No início, o Espírito Divino estrutura o elemento primordial e essa estruturação provoca uma grande explosão, resultando na formação de um universo. Devido à dinamicidade presente no Espírito Divino, esse universo gradualmente se desenvolve, com o objetivo de cumprir a sua finalidade que é a expansão do Criador. Assim, surgem os astros e demais elementos que, ao longo do processo de desenvolvimento, se organizam em galáxias, onde são encontrados sóis, planetas, satélites e outros objetos assim denominados pelos habitantes da Terra, os quais são necessários para a continuidade do aperfeiçoamento ao qual tudo está sujeito.
Os grandes blocos formados pela estruturação da matéria, denominados astros celestes, têm como finalidade dar suporte para que os elementos de sua composição possam se dividir e dar origem às individualidades. Durante o processo de desenvolvimento na busca da perfeição, toda individualidade estará sempre amparada pela matéria, que inicialmente ocorre com a matéria mais densa e, de acordo com seu aperfeiçoamento, utilizar-se-á da matéria cada vez mais sutil. Em determinado momento de sua perfeição, a individualidade estará completamente desvinculada, oportunidade em que a fagulha divina faz o retorno ao Criador.
Com a formação do planeta, ocorre o primeiro reino, chamado de reino mineral. Em seguida, surge o reino vegetal e, por último, o reino animal. Dentro do reino animal, que é o último a se formar nessa fase de evolução do planeta Terra, encontramos as individualidades que não adquiriram o livre arbítrio e as que já fazem uso dele. Essas individualidades têm origem no reino vegetal, que por sua vez se origina do reino mineral. Durante seu desenvolvimento, elas vão realizando seu trabalho evolutivo através das encarnações no corpo físico, que é uma matéria já conhecida pelos habitantes da Terra.
A partícula divina que chamamos de espírito contém toda a informação do Criador. O espírito está revestido de uma matéria sutil que foi estruturada no início do universo, além da matéria conhecida como densa que se utiliza em determinado período. Para que o espírito possa desenvolver seu trabalho de evolução no estágio atual da Terra, é necessário que ele tenha sensações corpóreas que determinarão as respostas aos atos realizados pelas individualidades. Essas respostas definirão como serão idealizadas as próximas ações durante toda a jornada no primeiro estágio de aprimoramento, o qual ocorre por meio do corpo físico.
Todo o desenvolvimento das individualidades está intrinsecamente ligado às ações que cada uma delas realiza. Essas ações têm como objetivo primordial proporcionar sustentabilidade ao corpo físico que o espírito utiliza para adquirir conhecimento. Desde o início de sua jornada, a individualidade começa a desempenhar essas ações, que seguem por um período determinado, sendo praticadas segundo as diretrizes do programa instintivo. Após certo tempo de evolução nesse processo, a individualidade alcançará o livre arbítrio, o qual lhe permitirá realizar as ações de acordo com sua própria vontade.
O espírito precisa da vestimenta física para realizar seu aprendizado. Quando essa vestimenta chega ao fim de sua duração, o espírito que a utiliza até o término de seu tempo, busca um local de abrigo no mundo espiritual ou astral, como é chamado por outros. Nesse local, o espírito, desprovido da vestimenta que abandonou, permanece por um tempo determinado para concluir a passagem de todos os dados acumulados nessa vestimenta. Esses dados foram comandados pelo centro de memória cerebral, que armazenou todas as informações adquiridas durante sua estada no mundo físico. Todas essas informações são transferidas para o banco de memórias espirituais, que é organizado desde o início da existência da individualidade e a acompanhará até se integrar novamente ao Criador.
Feita essa transferência, o espírito acessará a memória de tudo o que ocorreu durante a sua estada na vestimenta física. Neste plano astral onde a consciência é plena, o espírito passará a estudar e projetar uma nova encarnação no mundo físico, a fim de dar continuidade ao seu aprendizado e buscar o caminho mais adequado para evoluir. Esse renascimento acontecerá com o auxílio do campo energético, que possibilita a comunicação da vontade do espírito com os elementos necessários para o aprendizado. Essa escolha envolverá a definição do local, da família, da comunidade, da cidade, do estado, do país, do continente e das necessidades onde o espírito realizará o seu trabalho de evolução.
Um parêntesis, quando refletimos sobre o fim da vestimenta física, é importante esclarecer que sua finitude é determinada pelos meios genéticos, porém pode ocorrer que o seu fim se antecipe por várias razões. As razões podem ser por vontade própria ou por vontade de terceiros. Por vontade própria, quando a individualidade decide colocar fim em sua permanência naquela vestimenta, isso pode acontecer por meio do extermínio dela ou ocasionando problemas para que ela continue existindo.
Por vontade própria, também podemos observar casos de suicídios violentos ou lentos. Os violentos acontecem quando se extermina a vestimenta através de meios mecânicos ou químicos, quase que instantaneamente. Já os lentos se dão pela ingestão de medicamentos ou afins que levam a vestimenta a se deteriorar lentamente até alcançar o fim. Outros casos incluem o uso de drogas, de determinados produtos químicos ou a agressão da vestimenta pelo consumo inadequado de alimentos, com a intenção de destruí-la ou utilizá-la sem respeitar suas condições de sobrevivência, muitas vezes inconscientemente. No caso da vontade de terceiros, pode acontecer pela intenção de outros que praticam atos para que ela seja exterminada. Também pode ocorrer por negligência própria ou de terceiros, nos casos de acidentes, os mais diversos.
Depois de concluído o fim da vida terrena, seja a que título for, o espírito procurará um lugar para se estabelecer, podendo optar por permanecer próximo às vestes em decomposição ou junto aos familiares, amigos, parentes ou outros espíritos que já não estão mais vestidos com o corpo físico. Dependendo do seu nível de conhecimento, agora com mais liberdade, ele poderá escolher onde ficar. Além disso, de acordo com o seu estado evolutivo, poderá encontrar-se em um estado de completa tortura, em ambientes terríveis, como fontes de sofrimento, devido à forma como agiu em sua última encarnação. Cada espírito buscará o ambiente que corresponda à sua necessidade de evolução espiritual.
No plano espiritual ou astral, o espírito, de acordo com seu nível de conhecimento, se integrará ao local onde encontra as condições necessárias para revisar tudo o que fez na última encarnação. Essa revisão pode contar com a ajuda de espíritos mais elevados que estão disponíveis para auxiliar os reencarnantes nessa busca. Cada espírito escolherá o tema a ser trabalhado na próxima encarnação, e o tempo necessário para essa escolha pode ser um pouco longo, mas, ao final, o espírito aguardará a oportunidade de voltar ao mundo físico. Geralmente, essa escolha é feita por meio do campo energético, que determinará os caminhos a serem seguidos, o local para o desenvolvimento do aprendizado e com quais outras individualidades esse trabalho será realizado.
Uma vez estabelecido o tema a ser trabalhado, o espírito descerá para o local escolhido e dará início ao seu propósito. Com o começo dessa nova fase em sua vida, o novo ser humano começará a moldar sua identidade e estabelecerá as regras que seguirá para poder realizar o aprendizado ao qual se propôs.
Cada espírito começa sua jornada com uma nova vestimenta, partindo do zero para construir em seu cérebro tudo o que será necessário para cumprir seu estágio. Para iniciar essa nova etapa, ocorre um completo esquecimento de quem ele é e do que fez, a fim de estabelecer um plano de aprendizado. Todas essas novas experiências irão moldar seu conteúdo vital, seguindo o rumo escolhido de acordo com sua vontade. Geralmente, são os familiares os primeiros a orientar o recém-chegado a praticar as atividades do dia a dia, fundamentais para o desenvolvimento de sua “vestimenta”.
O campo energético é o principal instrumento que sempre acompanha o ser reencarnado, ajudando-o na formação dos acontecimentos que podem estabelecer as condições necessárias para que ele encontre as dificuldades que pretende trabalhar e os problemas que deseja aprender a resolver. Esse campo energético sempre norteará tudo o que estiver ao seu redor. A vontade do espírito permanece oculta ao consciente do estudante, para que tudo ocorra com a maior liberdade possível e para que os problemas sejam resolvidos da melhor forma encontrada pelo indivíduo encarnado.
Tudo o que ele vai resolver e a maneira como o fará serão baseados no que construiu em sua vida atual, sem qualquer interferência de vidas anteriores. Pois, caso contrário, como poderia ter a liberdade de praticar os atos que precisa desenvolver? Tudo o que acontece estará sempre dentro da organização das necessidades para que os temas a serem trabalhados pela individualidade ocorram.
É essencial ter uma visão mais aprofundada para compreender que, na realidade atual, os eventos se desdobram de acordo com as necessidades individuais, visando facilitar o processo de aprendizagem. Nada acontece por acaso e tudo possui um propósito, mesmo que isso pareça absurdo; tudo está dentro do necessário para o desenvolvimento pessoal. Em alguns momentos, mudanças inesperadas surgem, porém, elas são essenciais para a evolução da individualidade, que as escolhe mesmo que de forma inconsciente, visando seu próprio crescimento e aprendizado.
Como mencionamos anteriormente, todos os acontecimentos são necessários para que as condições adequadas ocorram nos eventos que levam aos resultados dos quais as individualidades podem se beneficiar, possibilitando assim que alcancem seu objetivo de aprender a resolver problemas. É essencial que todos os eventos que ocorram com a individualidade sejam valorizados, pois contribuem para o seu desenvolvimento e aprendizado.
Do lado de fora, muitas vezes, as demais individualidades concluem que determinados acontecimentos foram uma tragédia ou que o Criador está se esquecendo delas. Porém, tudo tem um rumo próprio e o que uma individualidade pensa nem sempre corresponde à realidade daquela mesma individualidade. Ninguém conhece o caminho que a outra individualidade está percorrendo e tampouco é capaz de saber se aquele caminho é o melhor.
Cada vez que uma pessoa procura agir de determinada forma, é porque acredita que aquela atitude é a melhor, mesmo que não saiba ao certo. Cristo veio ao mundo para compartilhar conhecimentos sobre o melhor caminho a ser seguido, visando ajudar a humanidade a sofrer menos. No entanto, muitos não compreenderam sua mensagem, pois estavam presos às leis do velho testamento que, por sua vez, continham muitas contradições em relação à realidade da vida e ao progresso moral.
Apesar dos ensinamentos de Cristo, seu povo continuou a seguir rigidamente as leis do velho testamento, e o próprio Cristo foi visto como um impostor, devido à ignorância imperante e à falta de compreensão da verdade.
Por isso, discutimos o comportamento humano em relação à realidade de sua existência e como ele deve agir para alcançar o aprendizado. Nada ocorre por acaso, tudo possui um propósito. Olhar sempre com compaixão para tudo o que ocorre é crucial para valorizarmos os acontecimentos, buscando compreender a mensagem que cada evento carrega. O que parece positivo à primeira vista pode acarretar complicações maiores para a individualidade se o esperado realmente acontecer.
Desta forma, podemos concluir que o que impera aqui é apenas o nosso julgamento do que é certo ou errado, mas a realidade é desconhecida. Se a conhecêssemos, estaríamos interferindo nos acontecimentos e trazendo caos para o aprendizado das individualidades. Cristo sempre ensinou que não devemos julgar, pois isso interferiria no desenvolvimento da individualidade e alteraria o resultado pretendido para o aprendizado dessa individualidade. Da mesma forma, assim como há o apagamento da memória na formação de uma nova encarnação da individualidade, é necessário que ninguém tenha conhecimento do por que elas agem desta ou daquela forma, cada uma tem seu marco evolutivo que determina as suas ações. Isso é uma determinação divina.
O caminhar de cada indivíduo deve seguir sempre em frente, de acordo com a sua própria vontade, para que nada interfira em seu destino. Toda vez que o indivíduo procura realizar determinada ação, é porque ele precisa daquele estímulo para prosseguir com seus estudos. A caminhada de cada um é sempre individual e nunca será coletiva, pois o coletivo não deve interferir no individual. O coletivo representa o todo dentro de uma classe de construção, mas não é o indivíduo, muito menos uma célula. Cada célula deve fazer parte do todo, porém não será capaz de mudar o todo, apenas colaborará com a construção do aprendizado do todo.
Somente aqueles que aprenderam a ter responsabilidade serão capazes de conviver em harmonia e permitir que outros possam observar seu percurso e dele se beneficiar, seguindo um caminho com menos dor e sofrimento.
O mundo é uma construção divina e nunca uma construção particular de alguém que deseja ser dono de tudo. O Criador, que é tudo, não age dessa forma, mas permite que cada um tenha a liberdade de escolha para fazer o que desejar, porém será responsável pelas consequências de seus atos. Os céus estão abertos para todos que desejarem seguir o caminho da harmonia, mas cada um o terá de acordo com o que merece.
Tudo caminha a passos largos para a chegada da segunda fase de evolução, por isso a pressa em aprender algo que deixa a todos esperançosos de que um dia farão parte dos escolhidos. Esses escolhidos devem estar conscientes de que, nessa nova fase, não haverá o corpo físico, o que os limitará em posses ou instrumentos para sobrepor-se aos outros.
Esse novo local de permanência será completamente diferente do lugar onde o terráqueo está vivendo atualmente. Pode ter semelhança com o plano espiritual, onde não existem os instrumentos físicos utilizáveis no momento, os quais devem ser pensados e construídos dentro dos princípios da estruturação atômica conhecida pelos terráqueos. Nesse novo plano, assim como acontece no mundo espiritual, existem determinados instrumentos utilizáveis pelos espíritos conforme o seu grau de conhecimento. Nele, os instrumentos são desenvolvidos instantaneamente através da vontade de seus idealizadores e serão utilizados conforme a necessidade se apresente. Esses objetos não ocupam espaço e se desfazem após sua utilização, semelhante ao pensamento, onde se idealiza um instrumento e, ao mudar de ideia, ele se desfaz. Isso também ocorre com tudo o que for construído nesse novo plano de existência.
Nessa nova fase de evolução, o trabalho acontecerá primordialmente na ajuda aos que necessitam de suporte para o seu aprendizado e para se aprimorarem nos caminhos da nova terra. Isso ocorrerá em virtude de que não mais existirá o sofrimento físico, pois ele é próprio daqueles que lidam com este tipo de instrumento, e todas essas questões serão coisas do passado. Agora, todos farão um trabalho extensivo de ajuda ao próximo, mas muitos ainda poderão fazer incursões no mundo físico com a finalidade de aperfeiçoar o seu aprendizado e, consequentemente, melhorar a sua compreensão, conhecendo melhor o sofrimento daqueles que os têm, para buscar o aprimoramento.
Estes espíritos que avançaram para uma nova etapa de evolução permanecerão no planeta, enquanto aqueles que optarem por utilizar o corpo físico o farão em outro mundo onde esse instrumento ainda é essencial para o aprendizado. Podemos fazer uma analogia com um aluno que concluiu o curso e decide se aprofundar em uma disciplina específica, retornando à escola, possivelmente como professor, para aproveitar a oportunidade de interagir com os alunos e aprimorar seus estudos.
Não basta apenas desejar passar para uma nova fase, é necessário também merecer. Isso significa ter conhecimento e ter internalizado a experiência de como o universo funciona, e não apenas fazer conjecturas sobre seu funcionamento. O universo é apenas um pequeno ponto dentro da imensidão da obra do Criador, e assim como tudo o que existe, está intrinsecamente ligado a Ele. Nada escapa a essa conexão. Por isso, é tão importante olhar com mais naturalidade para como as coisas se comportam e observar o significado da construção universal, para que todos possam estar atentos às mudanças que ocorrem no planeta quando não se seguem as regras da natureza e a destroem em busca de poder. As posses são necessárias, porém na medida do razoável, a fim de evitar desarmonias que levam ao desequilíbrio e consequentemente ao sofrimento imposto pela reação dos atos praticados pelo próprio terráqueo.
É importante possuir conhecimentos científicos, pois isso eleva o entendimento, no entanto, é essencial que esse conhecimento esteja em sintonia com a harmonia. Tudo deve ser razoável, desde que mantenha a harmonia universal. Não é correto agir apenas pelo poder, mas sim fazer algo que contribua para melhorar as condições de estabilidade do planeta, sem buscar superioridade sobre os outros. Nada é superior a nada, todos fazem parte em igual condição das células da grande construção universal.
Tudo o que é exagerado trará consigo também consequências exageradas. Não se pode afirmar que o mal existe independentemente de seu autor, pois somente ele é capaz de produzi-lo. A cobrança sempre se manifestará por meio de obstáculos, a fim de que se possa aprender e jamais para desrespeitar o outro, pois o outro é parte do todo e, portanto, diante da divindade, todos são iguais.
Um olhar mais realista é necessário para encontrar a paz e o entendimento interior, pois tudo no universo é simples. Basta querer entender como as coisas funcionam de maneira mais natural, não apenas pelo lado científico que explica o funcionamento, mas não a razão por trás disso. Tudo vem do Criador, tornando tudo simples e natural. Ao seguir os passos da natureza, cada um pode encontrar um caminho mais tranquilo e aprender a viver sem dor o mais rápido possível. Evite causar dor aos outros, para não ter que passar pelo mesmo sofrimento e perceber que seu ato não foi feito de maneira adequada.
Quando se decide melhorar o seu comportamento, é importante ter sempre em mente que o sentimento harmonioso do coração muitas vezes é capaz de ajudar no relacionamento entre uma individualidade e outra. Além disso, é fundamental lembrar que o amor é representado pela força cósmica universal e, dessa forma, podemos ter a certeza de que o Criador abraça tudo e a todos, pois são criações de seu espírito e neles estão todas as Suas potencialidades. Como tudo faz parte do Criador, o amor que Ele dedica a cada um é igual, e por isso é necessário aprender a amar a todos igualmente. Como o Criador não faz distinção, é crucial para o ser humano aprender a agir também dessa forma para alcançar a perfeição e se integrar novamente a Ele.
A evolução é um processo irreversível, tudo o que se aprende permanece para sempre no âmago de cada indivíduo. Podemos comparar a evolução a uma escada desenhada em uma tela de computador: à medida que novos degraus aparecem, os primeiros vão desaparecendo, pois, a tela comporta apenas um número limitado deles. Aqueles que sobem nunca mais poderão começar a subida novamente, pois os primeiros degraus já não existem mais. A evolução também ocorre dessa maneira: uma vez internalizado o aprendizado, não é possível repeti-lo, pois foi realizado com base nos fatos e oportunidades da época, permanecendo guardado no íntimo de cada aprendiz para sempre. Não há possibilidade de reiniciar o aprendizado, pois tudo será percebido de forma distinta.
Como já mencionamos, todos os obstáculos são necessários para que possamos aprender a superá-los. Uma vez que existem inúmeros obstáculos, sempre haverá um diferente desafio para que cada indivíduo possa concluir sua jornada de aperfeiçoamento. Quando não houver mais obstáculos a serem superados, a perfeição estará presente na individualidade que retorna ao Criador.
Assim como em uma escola, onde os alunos concluem uma etapa de aprendizado e passam para outra sala de aula, que muitas vezes é composta por diferentes alunos, alguns até mesmo desconhecidos, outros companheiros de estudos. Este processo também acontece na caminhada da individualidade em busca da perfeição, ocorrendo entre períodos de estudos, onde alguns aprendem rapidamente e outros mais lentamente.
Aqueles que aprendem rapidamente a primeira lição, uns aproveitam o tempo para buscar novos conhecimentos, a fim de se aprimorar naquilo que já aprenderam, enquanto aqueles que não demonstram esse interesse acabam adiando a oportunidade de adquirir novos conhecimentos.
Também na escola da vida, onde a individualidade desenvolve seu aprendizado, ocorre algo similar. As disciplinas a serem estudadas são escolhidas pelo próprio aluno durante os intervalos entre os períodos de estudo, o que acontece no mundo espiritual. Geralmente, essas disciplinas são respostas que surgem como consequência dos atos praticados no período anterior de estudo, ou podem surgir durante o período de estudo atual, no qual as consequências dos atos do cotidiano geram novas lições a serem aprendidas. O aprendizado está relacionado à necessidade de continuar atuando de acordo com as regras da harmonia.
Desta forma, podemos concluir que a evolução consiste no aperfeiçoamento do comportamento de cada individualidade, e ela se desenvolve de acordo com as necessidades de cada uma. Esse processo evolutivo começa com a estruturação do elemento primordial e termina quando a individualidade atinge o estágio de se despojar totalmente da matéria, a qual se tornará novamente elemento primordial.
São Paulo, 17 de abril de 2024
Caetano Zaganini