A PARÁBOLA DA GRANDE VIAGEM – Capítulo 01 – Caminhos da Evolução

Um homem tinha vários filhos. Como ele gostava muito dos filhos, propôs a todos fazerem uma grande viagem. Esta viagem teria como finalidade encontrar uma nova cidade, onde tudo seria diferente. Haveria mais abundância de comida em outros formatos e uma infinidade de novidades para que pudessem desfrutar, uma vez que há muito tempo se dedicavam sempre às mesmas coisas naquela terra.
Ele falou aos filhos que já haviam aprendido tudo o que podia ser feito ali e que, nesta nova cidade, eles poderiam aprender coisas novas, o que lhes traria mais satisfação.
Os filhos, entusiasmados, assentaram-se perto do pai, que começou a lhes dizer como seria e como deveriam se comportar durante aquela viagem, pois havia um segredo oculto que só poderia ser descoberto com um caminhar lento e dedicado, a fim de encontrar a chave para abrir a porta da nova cidade, que era muito bem guardada.
Como os filhos eram muitos e deveriam caminhar um a um, pois somente era permitido ter acesso a estrada um de cada vez, o pai foi fazendo o preparo a cada um deles, começando pelo mais velho.
Pelos caminhos que cada um deveria seguir, já havia muitas pessoas andando. Devido às muitas dificuldades encontradas durante a viagem, o auxílio dos caminhantes era necessário, assim aquele que aprendesse desde logo a prestar auxílio caminharia melhor, pois quando necessitasse, o teria. Aqueles que se julgavam donos da estrada se perdiam constantemente e ficavam longos períodos perdidos até reencontrar o caminho, contando com a ajuda daqueles que estavam há mais tempo na estrada.
Por causa dos muitos e difíceis problemas causados pela dureza da caminhada, alguns desistiam. No final da estrada, depois de muita luta e sacrifício, tendo aprendido a superar os obstáculos e ajudando-se mutuamente, quase todos os filhos conseguiram alcançar o portal de entrada da nova cidade.
Eles tomaram um susto quando olharam para ele: a porta simplesmente não existia e toda aquela maravilhosa cidade estava livre para quem quisesse adentrá-la. Era uma cidade onde a morte, a fome, a sede, a dor e o cansaço não existiam mais.
A maior surpresa era por conta do pai, que ali se encontrava à espera dos filhos. Pai, como o senhor sabia que existia tal cidade e não nos contou onde estavam os obstáculos que encontramos o tempo todo?
O pai prontamente lhes respondeu: não poderia tê-los dito, porque não teriam aprendido como superá-los. Uma vez que, se não montarmos no cavalo, nunca saberemos montá-lo. Foi necessário que vocês aprendessem vivenciando cada passo dado no caminho para atingir a cidade. Hoje, como aprenderam a caminhar corretamente, superando os obstáculos, aprenderam com isso que somente se pode atingir a cidade aquele que respeita o outro e lhe presta ajuda. E quem assim não concluiu jamais terá condições de encontrar a porta da cidade elevada. Aqueles que não ajudaram os demais ou lhes colocaram tropeços terão que permanecer no caminho por muito mais tempo, até conseguirem entender o valor do respeito e da ajuda aos viajantes, uma vez que todos o são igualmente.
Quem tiver ouvidos de ouvir, que ouça e quem entender, entenda.
Caetano Zaganini, 2024