O espírito encarnado utiliza a máquina cerebral para desenvolver o seu
raciocínio, pois está atrelado ao corpo físico. Todos os problemas que esta máquina
cerebral apresentar, pode interferir diretamente na forma de emissão do resultado da
atividade pensante. O espírito é o detentor do pensamento, do raciocínio e por isso
dono de sua própria vontade, inicialmente limitada ao programa instintivo e livre
quando da obtenção dele.
Pois bem, o espírito quando individualizado é o instrumento que mantém a
estrutura da matéria física organizada, que denominamos fonte de vida. Toda matéria
que envolve o espírito, esteja ela num plano mais denso ou mais sutil é proveniente da
fecundação do elemento primordial pelo espírito divino, portador do princípio
inteligente. Na primeira fase de evolução, essa matéria densa que envolve o espírito
tem a finalidade de levar a ele as sensações necessárias, para que possa determinar
qual a melhor atitude a ser tomada diante de uma ação efetuada, sempre buscando a
harmonia, uma das condições inerentes a existência do Universo.
Quando nos referimos a matéria é tudo o que existe além do espírito,
estejam no estado mais denso ou mais sutil, dentro de inúmeras composições que
existem e que a ciência terráquea ainda não as conhece todas. Então matéria para nós
é tudo o que existe no universo, não importando se densa ou sutil, tudo é matéria. Ela
passa assim a ser designada a partir do momento em que o elemento primordial é
fecundado pelo espírito divino e se estrutura sob o comando da força cósmica
universal, orientada pelo princípio inteligente, componente do espírito, formada a
partir de então.
1.Nota do Autor. Quanto a menção de que a matéria envolve o espírito,
queremos dizer que nenhuma individualidade pode ser formada sem que o espírito esteja
presente em sua integralidade. Faz ele parte de cada átomo, de cada partícula dessa
individualidade. O espírito é portador do princípio inteligente e age suportado pelos
elementos da força cómica universal. O princípio inteligente organiza o aperfeiçoamento e
a força cósmica universal dá sustentação através do espírito para que ela, individualidade,
exista. É de bom alvitre salientar que quando o espírito deixa a matéria, ela se desintegra e
volta ao colo da mãe natureza, onde estará à disposição do espírito que anima o reino
mineral. Passada a primeira fase de evolução denominada provas e expiações, a
individualidade passa a desempenhar o seu aprendizado (evolução) no mundo de
regeneração, onde não mais necessitará do corpo físico, tal qual o conhecido agora,
passará a utilizar o corpo de matéria, agora mais sutil, que o ajudará em sua nova
caminhada evolutiva. Não podemos nos esquecer que a individualidade, formada pela
partícula divina, estará nas fases subsequentes, sempre acompanhada de matéria cada
vez mais sutil, até que se livre dela e integre novamente o Todo.
A retirada da matéria que envolve do espírito se dá através do
aperfeiçoamento, que ocorre durante sua existência como individualidade. No
princípio tudo é envolvido em matéria, seja densa ou sutil, o desvencilhamento dessa
matéria ocorre enquanto está atrelada à individualidade. Deixando a individualidade, o
espírito passa a integrar o todo espiritual de forma livre e direta, concluindo a
expansão naquele universo.
A expansão ocorre quando a matéria que envolve o espírito individualizado
é retirada e desestruturada, a seguir encaminhada para um núcleo onde aglomerará
novamente, formando o elemento primordial para a construção de um novo universo.
2 Nota do autor: Esclarecemos que a matéria que forma o corpo físico das
individualidades é matéria densa, composta de elementos que compõem o planeta, já a
matéria que se desestrutura é a matéria sutil que compõe todos, vamos dizer assim, os
subsequentes corpos que envolvem o espírito, este imaterial. Nas novas fases de evolução,
o corpo se utiliza da matéria cada vez mais sutil, adequada às necessidades de sensações
pelo espírito, uma vez que somente a matéria pode gerar as sensações. Na primeira fase
de evolução, o corpo físico utilizado pelo espírito é composto de matéria densa extraída do
planeta onde habita. Quando de sua desintegração, voltará a fazer parte deste e estará
submetida ao espírito do planeta.
Podemos fazer uma comparação ainda que rudimentar desta ocorrência,
como sendo uma luz que se encontra encoberta por diversas camadas de papel, ao
irmos retirando o papel, uma camada de cada vez, estaríamos dando oportunidade
para que a luz se expandisse até se ver completamente livre e, desta forma, poder
integrar-se à luminosidade geral que simboliza o Todo.
O universo é criado com a finalidade de expandir a obra do Criador,
portanto, a expansão é condição divina e suprema, que está implícita em sua
constituição e a segue pela eternidade.
O princípio inteligente é quem norteará a expansão, criando condições,
para que ele princípio possa através dos mecanismos construídos por sua vontade,
aperfeiçoar-se como individualidade, através do transcurso do tempo.
O aperfeiçoamento que também pode ser denominado evolução, vai
através dos mecanismos especiais, buscar o caminho certo para que isto ocorra, tendo
em vista a harmonia geral de que goza o agora recém-formado universo.
Cada individualidade vai ao longo do tempo se aperfeiçoando, isto é,
desligando-se da matéria sutil que a envolve. Este desligamento ocorre ao longo das
existências, haja vista o envolvimento do espírito na matéria mais densa que lhe serve
de instrumento educativo. Este envolvimento do espírito com a matéria mais densa
denominamos estabelecimento do corpo físico. Isto ocorre na fase inicial do
aperfeiçoamento, tal qual se encontra a humanidade terráquea no momento, cujo
momento é designado por alguns como fase ou estado de prova e expiação.
É bom lembrar que estes acontecimentos ocorrem com todas as
individualidades, com ou sem o livre arbítrio, cujas individualidades estarão livres do
uso deste corpo físico, quando seu aperfeiçoamento atingir um determinado
aprimoramento, em um estado de compreensão e prática, a praxis da harmonia.
Alcançando este patamar, as individualidades estagiarão em um novo patamar de
aprendizado, denominado estado de regeneração ou segunda fase.
A praxis do conhecimento harmônico elevado, só é alcançado quando a
individualidade possui uma liberdade extremamente grande em relação ao
envolvimento da matéria, seja ela densa ou sutil, quando sua luminosidade está bem
próxima de confundir-se com a luminosidade da essência divina do Criador, imaterial,
no momento em que se dá a criação do universo. Essa praxis do conhecimento
harmônico vai se elevando e, consequentemente, a individualidade vai se libertando
da matéria que a envolve. Essa elevação permite que a individualidade desfrute de
uma liberdade de movimentação cada vez maior e em determinado momento estará
apta a reger um novo planeta, que inicia sua caminhada dentro do universo.
A individualidade que agora goza de uma liberdade muito grande, irá
confundir-se com o espírito do recém-formado planeta, porém conservando essa sua
liberdade com relação à matéria, quando então acompanhá-lo-á até que termine seu
processo de evolução através das etapas adequadas, quando passará a integrar
definitivamente o Todo.
Ela individualidade mor, que no caso do terráqueo é denominada Cristo, é
a responsável pela organização de tudo o que for necessário para o bom
desenvolvimento do planeta. Estará no comando das instruções que serão passadas
aos seres menos elevados que ele, mas com capacidade de efetuar os trabalhos
necessários para a organização funcionar e ajudar no desenvolvimento das nascentes
individualidades, até que evoluam o necessário para integrarem comunidades mais
elevadas dentro da organização maior do universo.
PENSAMENTO
O pensamento é a dinâmica que o Criador usa para formar novos
universos, com a finalidade de expandir sua obra.
O Criador é dotado da inteligência suprema que gera o pensamento, está
dentro de cada objeto criado, pois é ela que alimenta a dinamicidade de tudo. Essa
dinamicidade proporciona as condições, para que as individualidades desenvolvam
ações que as levem ao aperfeiçoamento. As ações levam as individualidades a
escolherem, dentre elas, a que mais se afina com a harmonia formando,
consequentemente, o programa instintivo que as rege automaticamente até que
possam se dar conta de que são individualidades, quando terão as condições para
determinar de que modo essa regra instintiva pode ser aplicada na condução de sua
evolução.
As ações que as individualidades produzem leva-as a uma experiência que,
encontrando a harmonia, passa a eliminar matéria sutil que faz parte de sua
composição e consequentemente alcançar ao longo do tempo, o aperfeiçoamento.
Quando mencionamos matéria componente da individualidade, não
estamos nos referindo apenas ao corpo físico, mas a toda matéria que o espírito utiliza
para desenvolver o seu trabalho de evolução, até que possa definitivamente
desvencilhar-se dela, integrando novamente o Todo.
Todo trabalho de aperfeiçoamento está diretamente ligado ao pensamento
divino que faz parte de cada célula da individualidade. Esse pensamento, vai ao longo
do tempo se expondo, dando a impressão de que a individualidade está adquirindo
mais inteligência com o passar do tempo e com os estudos que faz, porém, a
inteligência total está no espírito, que ao se desvencilhar da matéria sutil, apenas a
aflora.
Portanto, nenhuma individualidade forma o pensamento, apenas libera-o,
pois, o princípio inteligente, dotado de toda sabedoria divina, está embutido no
espírito. O espírito que forma a individualidade é baseado na imagem e semelhança de
seu Criador, aliás, partícula da Divindade.
Quando o espírito pensa, o pensamento gera uma (onda ou energia) que
pode ser captada através da comunicação efetuada pelo instrumento físico de que se
utiliza ou por outros meios dentre os quais podemos citar aquele utilizado pelo
intermediário que faz a ponte entre o denominado mundo espiritual e o mundo
material, conhecido como médium ou alguém que esteja num estado de êxtase, de
modo natural ou artificial, fazendo o uso de substâncias químicas industrializadas ou
naturais.
Como o pensamento é a manifestação das atividades do espírito, ele pode
utilizar-se para tal o corpo físico enquanto encarnado, despido do corpo físico a
manifestação será através da energia ou ondas. No ato de pensar ele leva consigo toda
informação de que dispõe, tal como conhecimento, capacidade intelectual, sua forma
física enquanto encarnado, etc.
O espírito nunca sai do corpo físico, porque se tal ocorrer, ele
simplesmente se desorganiza e passa à desintegração. O espírito é quem anima o
corpo físico, o estrutura e, portanto, sua ausência implicará na denominada morte.
Muitos afirmam que o espírito, em determinadas circunstâncias, deixa o
corpo físico sozinho, se desloca para outros lugares onde mantém encontros, faz
reuniões, examina os locais por onde passa, etc. Como afirmamos que o espírito não
pode deixar o corpo físico, nós também concluímos que quem sai do corpo físico é o
pensamento formado pelo conjunto de ”energia ou ondas” ou ainda a denominada
forma pensamento.
O pensamento se encontra mais livre das amarras do corpo físico, quando
em estados de êxtase ou dormindo. Nestes casos está mais liberto e tem melhores
condições para se comunicar ou examinar determinados lugares e objetos. Também é
muito comum a afirmação de que o espírito, quando sai, fica unido ao corpo por um
cordão de prata e isto também é impossível pois o espírito integra cada célula
corporal, visto que o corpo não está ligado ao espírito por um cordão ou por um
acoplamento, mas é parte integrante de cada célula desse corpo. É o espírito que liga
cada célula adequando-as ao conjunto para formação do corpo.
Acreditamos que a espiritualidade organizadora da vida no planeta possui
maiores conhecimentos do que os humanos aqui encarnados, por isso, o uso de um
cordão, ainda que de prata, estaria em desconformidade com os conhecimentos
humanos, uma vez que podem fazer o deslocamento da imagem de uma pessoa
usando apenas a transmissão sem fio. O telégrafo e a tevê bem demonstram esta
afirmativa.
Entre os sensitivos ou médiuns, há os que tem o dom da vidência, cujo dom
lhes proporciona a oportunidade de ver os espíritos desencarnados ou até as cidades
que existem no astral, locais de estadia dos organizadores do plano espiritual e onde
ficam os espíritos desencarnados. Esses médiuns videntes e outros sensitivos afirmam
a realização destes deslocamentos, mas o que realmente acontece é gerado pelo
pensamento da individualidade que carrega toda sua memória e através dele deixa
transparecer seu invólucro físico, durante a ida do pensamento nos locais para onde é
direcionado o desejo do espírito. Os videntes veem a força energética do pensante
como se fosse uma figura, uma representação do corpo físico.
O pensamento é a expressão da vontade do espírito. Todo pensamento
produz efeitos que também serão arquivados no banco de memórias cerebral, podem
ser direcionados a algum lugar, pessoa, seres ou objetos. O espírito tem completo
conhecimento de tudo o que se encontra arquivado no banco de memórias cerebral e
leva essa informação para o seu banco de memórias espiritual quando da separação
do corpo.
O pensamento pode viajar a qualquer lugar e comunicar-se com quem
quiser, mas os receptores deste pensamento devem estar em estados próprios, como
os médiuns fazem durante os intercâmbios. O espírito não tem linguagem própria,
apenas pensa e o outro ser capta seu pensamento, este pensamento não dispõe de
linguagem, mas apenas “energia ou ondas” que captadas pelo receptor, a transforma
em linguagem corporal através dos meios de comunicação de que dispõe.
Por isso o médium ou receptor, por exemplo, traduz o pensamento do
espírito de acordo com sua capacidade de articulação de palavras, tudo dentro de sua
maneira de entender e se expressar.
O espírito quando encarnado está limitado pelo corpo físico por isso tem
dificuldade de se expressar através do pensamento na busca de informações sem a
presença física de outrem. Faz isto dormindo ou em estado hipnótico quando está
mais livre das amarras do corpo físico. O corpo físico limita sua capacidade de
expressão espiritual. Quando o espírito está sem o corpo físico ele tem total liberdade
de comunicação e mobilização podendo participar de encontros ou viagens nos mais
diversos lugares, tendo sempre em consideração o seu estado evolutivo, que lhe
permite maior ou menor capacidade de entendimento.
CÉREBRO
O cérebro é o instrumento através do qual o pensamento se desenvolve
para que possa ser externado. O cérebro, desta forma, gera através do pensamento a
energia necessária para que as demais individualidades possam perceber sua
existência. Além da energia gerada pelo cérebro, o mecanismo cerebral tem também a
finalidade de expor o resultado do pensamento através dos meios físicos de que é
composto o corpo de cada individualidade.
Existem determinadas ações que o próprio corpo da individualidade pode
praticar e estas são levadas a efeito para que se cumpra a vontade do praticante.
Existe também no corpo físico da individualidade a realização de atos que são
automáticos, pois não necessitam de pensamentos através da vontade livre para que
sejam realizados, ex. a respiração, as batidas do coração e outros, conforme bem
explica a ciência terráquea. Estes atos são realizados com observância do programa
instintivo, criado a partir do pensamento do espírito. No momento da criação desse
programa, o espírito não tinha ainda capacidade para externá-lo às outras
individualidades, em razão dela estar submetida a influenciação da matéria densa,
tendo em vista sua pouca mobilidade.
Nós temos como princípio algo externo ao corpo físico, seja do ser
humano, animal, vegetal ou mineral, que o anima, isto é, a razão de sua existência.
Podemos nominá-lo de espírito, alma ou qualquer outra coisa, porém temos que essa
existência embasa todo o nosso raciocínio sobre nossa própria existência e existência
de tudo.
Na realidade o pensamento é uma manifestação do princípio inteligente e
o colocamos como o item mais importante na composição do espírito componente da
individualidade, atentando-se para a realidade que se manifesta voluntariamente a
partir do momento, que ela individualidade, é capaz de reconhecer-se como tal.
Em nosso conhecimento reconhecemos que o corpo físico é apenas um
complemento para que o princípio inteligente se manifeste primeiramente para fazer
um ensaio de como deve viver em harmonia, passando por um longo aprendizado no
reino mineral e vegetal, concluindo esse aprendizado obrigatório através do programa
instintivo que ele mesmo criou, seguindo então para o reino animal onde obterá a
liberdade de escolher como fará o restante do aprendizado até se integrar novamente
ao todo, passando pelas fases determinantes do processo de aperfeiçoamento.
Para que isto ocorra, existem regras e meios para que cada individualidade
entenda e se ajuste no caminho da evolução. Necessariamente o espírito ira pensar
constantemente, para avaliar todas as alternativas que surgem no caminho do
aprendizado. Tudo o que o espírito deseja o fará através do pensamento e este se
desenvolverá através da máquina cerebral, que nada mais é do que o centro de
controle do corpo físico. Este centro de ação controla todo o mecanismo destinado a
expor as informações do espírito, seja no plano físico ou sutil, através de ondas
geradas a partir de cada ato ou ação. Quando da construção do corpo físico, o espírito
determinará a organização dos elementos necessários para que isso ocorra de acordo
com sua necessidade, durante o período daquela reencarnação.
Qualquer pensamento do espírito, enquanto encarnado, estará vinculado à
capacidade da máquina cerebral, portanto, sujeito a resultados muito diferentes dos
esperados pelas demais individualidades. Quando um espírito faz uma programação
reencarnatória, monta-a de acordo com as perspectivas disponíveis na construção do
corpo físico que usará, tendo em vista seus fornecedores. Quando o espírito necessita
de um corpo físico diferenciado, automaticamente sua vontade prevalece,
organizando a construção da máquina adequada ao seu mister. As modificações são
feitas geneticamente, o que para a ciência ainda demonstra problemas no plano
genético, porém estas modificações são efetuadas na medida da necessidade do
espírito.
Os erros na elaboração do corpo físico são propositais para atender as
necessidades da individualidade, uma vez que o espírito é quem dita as regras na
reencarnação. Na realidade tudo ocorre por determinação do espírito, quando
presente o livre arbítrio, quando ainda não existe o livre arbítrio, o espírito anima as
individualidades, fornece as potencialidades para que elas construam o programa
instintivo que determinará o seu comportamento para o desenvolvimento e
continuidade.
A nossa conclusão é de que o espírito é o autor do pensamento e está
limitado à capacidade do cérebro que utiliza. O corpo físico serve para dar ao espírito
as sensações necessárias para sua decisão sobre atos que o levem ao aprendizado
sobre a harmonia e um meio para comunicação de sua vontade.
Pensamento expressão da vontade do espírito.
Bela Vista do Paraíso, 04 de janeiro de 2020
Caetano Zaganini