A partir da grande explosão, cada individualidade espiritualacompanha a partícula física, ou seja, matéria densa, pois ela é responsável pela continuidade do desenvolvimento e manutenção do bloco ou aglomerado, formado naquele momento, o que se aplica aos primeiros blocos que são formados por astros “sóis” planetas, satélites etc.
Cada bloco, a partir da grande explosão, que é a estruturação da matéria, a partir deste momento sublime, é destinado a construção de mais um universo. Essa atividade ocasiona a expansão da matéria, uma vez que ela gera com sua estruturação o movimento contínuo dos átomos, elétrons e demais partículas. Essa movimentação atômica é a instituidora da vibração, pois como todos afirmam, existe em tudo a vibração, tudo no universo vibra. A vibração nada mais é que a movimentação gerada pela ação dos átomos, está presente em tudo e ela é parte integrante do que denominamos vida, que por sua vez iniciou-se pela união do elemento primordial e o espírito, “designamos o elemento primordial como feminino e o espírito, masculino”, assim denominamos por questão didática e por ser o nosso conhecimento um tanto quanto ainda merecedor de lavra mais elevada pelos seres de outras dimensões. É importante esclarecer que nos referimos aqui como vida, o início de um universo, dizemos vida nesse universo criado, porque a vida existe em potencial na força cósmica universal detentora de tudo o que é necessário para a constituição do referido universo.
A tendência de tudo no universo, a partir da criação, é sempre o aperfeiçoamento, isto é, a denominada evolução. Cada bloco constituído através das movimentações atômicas, depois de um determinado período de tempo em aperfeiçoamento, criam as condições para dar continuidade a individualização necessária a expansão. Essa individualização pode ser vista quando da formação de um planeta. Deste momento em diante o bloco maior, denominado planeta, começa suas transformações minerais, formando o primeiro reino conhecido por reino mineral. Este reino gera as condições para que um segundo reino inicie sua formação, o reino vegetal e este por sua vez, segue promovendo as condições para que o terceiro reino, o reino animal inicie o seu aperfeiçoamento que servirá de base para que a individualidade possa adentrar o reino espiritual.
Como já afirmamos, a formação do universo tem como finalidade a expansão do espírito divino. Para que isto ocorra é necessário que o espírito divino se individualize e aperfeiçoe-se através de experiências que ocorrerão durante sua caminhada existencial.
Quando a individualização atinge um bloco denominado planeta, no presente caso o planeta terra, o aperfeiçoamento acontece, como já dissemos, com o surgimento do reino mineral, seguindo-se o reino vegetal, animal e espiritual. Formado o planeta, o espírito o anima por inteiro. Aos poucos, através das modificações operadas por ele, determinadas pelo princípio inteligente, criam-se as condições necessárias para que se opere novas individualizações. Estas novas individualizações formam primeiramente o reino vegetal que é constituído pelas plantas, que se animam com parte do espirito que animava o planeta. Todas estas individualidades buscam o aperfeiçoamento e novamente criam as condições necessárias para que se inicie o terceiro reino, o reino animal. Após o reino animal aparece o reino espiritual, que está em uma dimensão mais sutil, ainda não muito compreendida pela ciência terráquea.
É importante esclarecer que a mobilidade da individualidade se inicia no reino mineral, onde ela é quase imperceptível. No reino vegetal a mobilidade tem pequeno avanço, no reino animal já aparece mais acentuada e no reino espiritual é muito elevada. A mobilidade do espírito está vinculada ao instrumento que o veste, ou seja, o corpo sutil para o reino espiritual; corpo físico para o reino animal; reino vegetal, as raízes, tronco e folhas e no reino mineral, o planeta como um todo.
A mobilidade do espírito despido do instrumento que o veste, sempre tem a tendência de ser maior, o determinante é a capacidade de compreensão de cada individualidade.
Quando do desenvolvimento dos blocos ou individualidades eles estabelecem movimentos e esses movimentos fazem parte da dinamicidade do universo, por isso eles vão ocorrendo e cada individualidade possui a capacidade de memoriza-los. Este banco de memórias acompanha a individualidade “ad aeternum”, registra tudo, nada escapa, nem mesmo os mínimos detalhes do que se passa com o seu caminhar, o registro é feito segundo a segundo.
Toda e qualquer movimentação da individualidade é determinada por uma ação, esta ação gera consequentemente uma reação e ela vai formando um banco de dados, que pode ser consultado a qualquer momento, cuja consulta poderá determinar a próxima movimentação.
A movimentação a que nos referimos, é a prática de qualquer ato que esteja ocorrendo durante o trajeto que a individualidade faz em busca do aperfeiçoamento. Quando no planeta, reino mineral, a movimentação se constitui de alterações nas moléculas para formação de novos elementos, que desenvolverão novas formas, numa constante transformação.
As modificações ocorridas com os elementos no reino mineral proporcionarão o desenvolvimento dos componentes do reino vegetal. As individualidades no reino vegetal seguem se aperfeiçoando e constituirão as individualidades que formarão o reino animal, que por sua vez levarão as individualidades passar para uma outra fase de evolução, onde o instrumento de norteamento da evolução será composto de matéria sutil.
Toda individualidade é composta de espírito e matéria. O espírito é a centelha divina da vida que contém o princípio inteligente. A matéria é o elemento que constitui o corpo físico do espírito, para que este possa receber as informações da prática de seus atos, durante a sua evolução. Até o reino animal, o corpo físico se compõe de matéria densa, formada pelos elementos do planeta. No reino espiritual a matéria que serve de corpo para a individualidade é de matéria sutil, ainda desconhecida dos terráqueos.
Tudo no universo é transformação e essa transformação leva à perfeição. Para que tudo isso possa se realizar é necessário a construção de um mapa, um guia que possa determinar quais serão os próximos passos a serem dados, para assim haver continuidade no desenvolvimento desse mister.
Ao longo do tempo vai-se organizando um guia para o desenvolvimento da parte física que envolve o espirito durante sua caminhada rumo a perfeição. A esse guia damos o nome de mapa genético, que desenvolverá as funções necessárias para o envoltório físico do espírito desempenhar o trabalho de sua conservação e reprodução.
Em concomitância com o mapa genético o espírito vai montando o programa instintivo que ditará as regras para operacionalizar a construção e conservação do envoltório físico. Esse programa vai indicar a condição adequada para o desempenho das funções necessárias às transformações para que a perfeição chegue a bom termo.
Quando a individualidade inicia seu caminho evolutivo, é guiada pelo programa instintivo, essa orientação impositiva vai até que ela tenha consciência de que existe como individualidade, quando então terá condições de determinar como fará os atos de condução de seu programa instintivo.
Quando a individualidade se dá conta de que existe, acontece uma completa mudança em sua caminhada. Começa a perceber tudo o que está acontecendo. Sente a dor, o cansaço, a fome, o sono, o medo, de forma consciente. A partir daí busca a proteção, reconhece que tem alguém ao seu lado e que necessita de estarem juntos para dar continuidade na caminhada evolutiva. Não tem mais somente o medo da morte, mas tem consciência dela. Vai tendo consciência de que pode praticar determinados atos ou deixar de fazê-los, descobre também que tem responsabilidade sobre sua ação, pois é capaz de entender que sua vontade está livre. Essa mudança se encontra descrita em vários livros sagrados, especialmente o denominado bíblia, como podemos ver da leitura a seguir:
9. E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal. Gênesis 2:9
16. E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente,
17. Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás. Gênesis 2:16,17
5. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.
6. E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.
7. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.
8. Ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.
9 E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?
10. E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.
11. E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses?
12. Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.
13. E disse o Senhor Deus à mulher: Por que fizeste isto? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.
14. Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.
15. E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
16. E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.
17. E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.
18. Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo.
19. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.
20. E chamou Adão o nome de sua mulher Eva; porquanto era a mãe de todos os viventes.
21. E fez o Senhor Deus a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu.
22. Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente,
23. O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado.
24 Havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida. Gênesis 3:5-24
A partir deste momento a individualidade adquire o chamado livre arbítrio, que lhe permite atuar de acordo com sua vontade e não mais impositivamente pelo programa instintivo. Consegue distinguir entre praticar determinado ato ou deixar de fazê-lo. Sua vontade agora é superior as forças impositivas do programa instintivo.
De agora em diante a individualidade passa a se responsabilizar pelo resultado do ato praticado, pois deve arcar com suas consequências, uma vez que a toda ação corresponde uma reação. A resposta obtida vai mostrar como deverá ser a próxima ação. O universo é harmônico e a harmonia será a tônica do aprendizado que resultará no aperfeiçoamento da individualidade.
Cremos ter exposto um pouco do conhecimento referente a aquisição do livre arbítrio, que é mais uma conquista da individualidade, depois de uma caminhada ao longo de milênios. Podemos dizer que neste ponto cumpriu-se a primeira etapa do grande aprendizado que se iniciou no momento da criação do universo.
Bela Vista do Paraíso, 18 de janeiro de 2020.