Existem dois mundos: um físico e outro espiritual. O mundo físico está intimamente ligado ao corpo da Terra em sua dimensão mais material, enquanto o mundo espiritual está associado à sutilidade. A sutilidade refere-se à possibilidade de se libertar dos ditames da matéria densa, ou seja, de se desvincular de suas amarras. Isso nos leva a refletir sobre a forma como observamos uma sombra: ela existe, mas não podemos tocá-la, pois está revestida de sutilidade.
Tudo que diz respeito ao mundo espiritual pertence a uma faixa de existência onde tudo o que acompanha o espírito se encontra no plano sutil. O espírito pode existir independentemente da matéria, mas, ao se transformar em uma fagulha divina, organiza a matéria ao seu redor, pois essa organização é essencial para sua evolução. No mundo físico, o espírito evolui utilizando a matéria densa, enquanto, no mundo espiritual, faz uso da matéria sutil para dar continuidade ao seu aprendizado.
No estado sutil, o pensamento do espírito opera de forma independente da matéria física. Esse pensamento é o que determina a “sombra” que ele deseja projetar. Por isso, o espírito é capaz de ver figuras que frequentemente se assemelham a formas que refletem sua própria fisionomia. Quando essas entidades se comunicam, ou seja, quando emitem seu pensamento, automaticamente formam uma figura que pode ser uma representação delas mesmas ou algo que outra entidade é capaz de interpretar como, dependendo de sua capacidade evolutiva.
Como já afirmamos em escritos recentes, o espírito é uma fagulha divina e, assim como o Espírito Divino, é imaterial. O espírito ordena toda a matéria para possibilitar a continuidade da expansão do Criador. Desde o momento em que essa fagulha divina é criada, ela passa a ordenar a matéria ao longo de toda a sua existência sendo uma individualidade. Essa existência se dá por meio da matéria, que proporciona ao espírito as sensações necessárias durante seu processo evolutivo até retornar a sua origem. É a matéria que define a evolução dessa partícula divina, que está destinada a concluir uma fase da expansão do Criador. A própria ciência já constatou que o universo está em expansão, o que representa a expansão do Criador.
O espírito, quando despojado da matéria densa, se apresenta como uma espécie de sombra ou holograma, incapaz de ser atingido por qualquer substância material em estado denso. Isso implica que, embora o espírito mantenha seus pensamentos normalmente — uma vez que a consciência pertence ao espírito, acompanhada da matéria sutil e não do corpo físico —, ele se revela de acordo com a forma que essa matéria sutil assume. Como já afirmamos, o espírito é uma fagulha do Criador e, por isso, é essencialmente imaterial. Dessa forma, ele só pode ser percebido como uma “sombra”, o que o torna pura consciência e incapaz de ser tocado por uma individualidade que ainda está vinculada ao corpo físico. Não devemos esquecer que o espírito é uma partícula do Criador e, como tal, possui semelhanças com Ele.
A matéria sutil existe de maneira independente da matéria que conhecemos, ou seja, ela pode ultrapassar qualquer obstáculo. Tudo o que o espírito carrega fica arquivado em seu banco de memórias, que se integra a essa matéria sutil, permitindo-lhe atuar de forma semelhante a um corpo físico. No entanto, esse estado é, por assim dizer, “semelhante” ao plasmático, onde nada interfere em sua estrutura, uma vez que nenhuma matéria densa é capaz de exercer qualquer ação sobre ela.
O deslocamento do espírito, despido do corpo físico, pode ocorrer por meio do pensamento, dependendo de sua capacidade evolutiva. Assim, quando ele pensa estar em um determinado local, estará imediatamente naquele lugar. De acordo com a evolução da individualidade, será possível viajar por outros mundos, e a velocidade de deslocamento estará alinhada ao desenvolvimento do pensamento; ou seja, ao pensar em um planeta, ele estará lá instantaneamente.
Tudo o que é percebido no mundo espiritual é, na verdade, o reflexo do próprio pensamento ou de outra individualidade. Nesse contexto, a capacidade de cada ser para captar o pensamento alheio e formar imagens a partir dele é crucial. O nível de evolução de cada individualidade determina sua capacidade de estar presente em determinados locais e de se afinar com diferentes energias. Assim, a evolução influencia todos os aspectos do mundo espiritual, desde a representação de uma figura até a construção de um ambiente ou a preparação de uma refeição, que se darão conforme o que a individualidade é capaz de discernir.
No mundo espiritual, não há nada que possa ser tocado pelo corpo físico. No entanto, dependendo do nível de evolução de cada individualidade, esta pode sentir-se tocada ou auxiliar-se em determinadas ações. Isso ocorre em função do pensamento de cada ser. Tudo o que existe no mundo espiritual se manifesta de acordo com a capacidade da individualidade de compreender essa realidade. Além disso, no mundo espiritual, o tempo é percebido de maneira diferente do que no mundo físico, pois lá não há a marcação temporal característica do mundo material.
No mundo espiritual é possível ter uma experiência do amor do Criador, que representa a força cósmica universal em sua totalidade, onde não há separação entre individualidades, mas sim uma única unidade. Nesse estado, é possível vivenciar experiências semelhantes às que ocorrem aqui, porém em uma realidade mais profunda e tocante. Lá, não se sente falta de nada, nem mesmo de pessoas com quem se conviveu durante a vida no plano físico. A intensidade da unidade permite que não seja necessário estar próximo ou longe de outrem; permanece-se dentro da unidade, o que satisfaz o espírito. Quando se encontra no corpo físico, a experiência é limitada, já que cada um possui seu próprio invólucro, o que cria uma sensação de separação em relação ao todo. Essa limitação é parte do aprendizado ao qual todas as individualidades se submetem, com o intuito de agir de acordo com as regras da harmonia.
Quando se transita para o mundo espiritual, as coisas se tornam mais fluidas, como se estar em um estado de eterna felicidade, onde todos compartilham uma afinidade profunda, mesmo que não tenham tido contatos prévios. É importante ressaltar que cada individualidade possui seu próprio desenvolvimento. Nesse sentido, é possível estar na presença uns dos outros, sempre lembrando que, no mundo espiritual, o que prevalece é a capacidade evolutiva de cada um.
Neste momento, é importante ressaltar, como mencionado anteriormente, que cada individualidade pode perceber os pensamentos das outras, uma vez que, neste mundo, não existem as limitações do corpo físico. Os pensamentos permanecem expostos, permitindo que cada individualidade tenha acesso a eles. No entanto, isso dependerá do nível de evolução de cada um.
Vamos explicar esse processo de forma mais detalhada. No universo, existe a lei da harmonia, que orienta tudo o que acontece, incluindo as individualidades, para que possam agir de acordo com essa lei. Assim, cada individualidade tem a capacidade de compreender o que outra individualidade está pensando, mas isso ocorre apenas dentro dos limites de sua própria capacidade evolutiva, que exige conformidade com a lei da harmonia. Portanto, uma individualidade que possui um conhecimento limitado sobre essa lei não poderá acessar os pensamentos de uma individualidade em um nível superior. Aqueles que estão em níveis mais baixos de evolução só terão acesso aos pensamentos de individualidades que estejam no mesmo nível ou em um nível inferior; nunca poderão acessar os pensamentos de quem está em um nível mais elevado. Dessa forma, uma individualidade terá acesso ao pensamento de outra individualidade, desde que esta última esteja no mesmo ou em um nível inferior de evolução.
Quando uma individualidade perde seu corpo físico, ela adentra o mundo espiritual, onde tudo possui um significado diferente daquele que se imagina no mundo físico. No plano espiritual, onde a unicidade prevalece, é comum que as individualidades que ali chegam tenham, inicialmente, uma percepção de unidade. No entanto, com o passar das primeiras impressões, tudo segue um novo ritmo, e as individualidades se estabelecem de acordo com seu conhecimento, direcionando-se para os locais onde se sentirão mais à vontade. Nesses espaços, estarão reunidas as individualidades que se afinam e que necessitam estar juntas para se aperfeiçoarem ou para estabelecerem novas oportunidades de aprendizado.
Nestes locais, será estabelecido o ambiente necessário para que essas individualidades encontrem o espaço adequado para realizar seu trabalho de aprendizado que é contínuo. Dependendo de suas necessidades, elas buscarão os lugares mais apropriados. Por exemplo, no mundo espiritual, onde se reúnem espíritos de baixa evolução, locais marcados pelo terror e sofrimento serão construídos a partir de seus pensamentos. Esses locais podem ser caracterizados por escuridão, rios de lama, buracos, tuneis, superfícies degradantes ou até mesmo sumidouros, onde essas individualidades se penitenciam pelo que fizeram durante suas experiências no mundo físico. Os problemas que surgem são, na verdade, respostas aos atos cometidos durante sua passagem pelo mundo material, uma vez que a cada ação corresponde uma reação. Muitas vezes, essas reações impactam as individualidades durante suas estadas no plano espiritual, pois o aprendizado é eterno e pode ocorrer em qualquer um dos mundos.
É fundamental compreender que, em um primeiro momento de permanência no mundo espiritual, ocorrem fenômenos que iniciam o processo da individualidade no conhecimento desse novo ambiente, que pode se manifestar de diversas formas, atendendo às necessidades de cada um. Esses fenômenos são frequentemente observados em casos de Experiências de Quase-Morte (EQMs), uma vez que as individualidades, na maioria das vezes, não recebem instruções sobre a realidade do mundo espiritual enquanto estão no plano físico. Durante essa visita ao mundo espiritual, as individualidades reagem conforme suas percepções, buscando compreender melhor o que se apresenta a elas. É importante destacar que, a partir desse momento, a individualidade começará a viver de acordo com suas necessidades de aprendizado. O que inicialmente pode parecer extraordinário é, na verdade, um momento de reconhecimento desse novo local e de como ele opera. Na sequência, a realidade se revela e pode ser diferente daquilo que a individualidade experimentou nesse primeiro instante.
No mundo espiritual, existem orientadores cuja finalidade é instruir aqueles que chegam para uma estada no local, seja ela curta ou prolongada. Esses orientadores podem se manifestar de diferentes formas, de acordo com as necessidades de cada individualidade. Além disso, os indivíduos podem encontrar figuras de antepassados ou de pessoas com quem têm afinidade durante o período em que estiveram no corpo físico. Esses encontros são programados pelos instrutores do mundo espiritual, a fim de proporcionar uma compreensão mais profunda sobre a natureza do próprio mundo espiritual.
O Mestre Jesus, após sua morte, apareceu com sua vestimenta sutil para ensinar os apóstolos e outros escolhidos durante 40 dias. Em seguida, voltou ao mundo espiritual e enviou o Espírito Santo para orientar os apóstolos e seus sucessores sobre como cumprir a missão de ensinar ao povo as diretrizes necessárias para que pudessem dar continuidade ao ensinamento do Mestre. Esse ensinamento consistia em orientações sobre como agir para estar em conformidade com as regras da harmonia.
Jesus, após ter sido morto por seus próprios compatriotas, retornou ao mundo espiritual. É importante destacar que o Mestre Jesus possui uma evolução extremamente elevada e, como tal, utiliza uma matéria muito sutil, que lhe confere a liberdade de se expressar adequadamente quando precisa ajudar os terráqueos de maneira diferenciada. Isso significa que ele pode dialogar com várias individualidades ao mesmo tempo e também possui a capacidade de estar presente simultaneamente em diferentes locais do planeta. Esse fenômeno ocorre porque, quanto mais evoluído é um ser, mais sutil é a matéria que o acompanha. A matéria é o que determina o deslocamento e facilita a comunicação, permitindo que ele se faça presente diante das individualidades que necessitam de seu auxílio e orientação para o processo de aprendizado.
Quando se afirma que o Mestre Jesus possui uma evolução muito elevada, entende-se que ele está mais livre das amarras da matéria. Embora ainda esteja vinculado a ela, sua elevação faz com que a matéria que o rodeia seja extremamente sutil, o que lhe confere uma ampla liberdade de ação. Dessa forma, pode-se constatar que o Mestre Jesus é dotado de um espírito que já alcançou um elevado nível de evolução, permitindo-lhe desenvolver diversas atividades educativas de acordo com as necessidades das individualidades menos evoluídas.
Quando se afirmou que o Mestre Jesus foi elevado aos céus e que, posteriormente, enviaria o Espírito Santo, isso nada mais foi do que uma forma de comunicar às individualidades da época que Ele enviaria um Espírito Santo para dar continuidade aos seus ensinamentos. Na realidade, esse espírito é, na verdade, o próprio espírito de Jesus, que se manifestaria para prosseguir na construção do reino divino, que deveria surgir ao longo do tempo. Esse reino congregaria as individualidades capazes de compreender o caráter evolutivo necessário para que pudessem estar reunidas no planeta durante sua transformação, conforme descrito no livro do Apocalipse.
Toda recepção destinada àqueles que vivenciam uma Experiência de Quase-Morte (EQM) tem como objetivo permitir que sintam a realidade do mundo espiritual, evitando que se sintam excluídos do amor do Criador. Ali a individualidade pode sentir o que realmente é o amor e quão perfeita é a obra da criação divina. Esse acolhimento busca formar a compreensão de que tudo está interconectado e que as ações de um podem ter reflexo sobre os outros. Os seres que atuam como instrutores enfatizam a importância de seguir as regras da harmonia, para que cada um possa cumprir as missões assumidas naquele momento, sem dúvidas. Essas missões visam transmitir informações sobre o mundo espiritual e a necessidade de se manter no caminho da harmonia, além de promover o desligamento do materialismo, que pode impedir a individualidade de desenvolver adequadamente seu aprendizado.
A maioria dos participantes de Experiências Quase-Morte (EQMs) descobre que esses acontecimentos já fazem parte de suas programações reencarnatórias. Muitos, por serem sensitivos, têm demonstrações de que não existe apenas este mundo físico e que muitas das ocorrências das quais participam podem ser previstas, considerando o caminho a ser escolhido para a realização de seus atos cotidianos. Todas as experiências vivenciadas estão alinhadas a uma instrução mais detalhada, a fim de que o missionário possa desempenhar sua missão com a certeza de que o faz em benefício de seu próprio comportamento, além de transmitir as informações necessárias aos demais. É importante ressaltar que tudo é diferente do que é propagado por aqueles que ainda se encontram nos corpos físicos e que não conhecem a realidade, bem como pela ciência terrena, que não dá a devida importância aos fenômenos “extra físicos” que envolvem esses indivíduos.
As EQMs (Experiências de Quase-Morte) são uma forma contemporânea de os trabalhadores do mundo espiritual transmitirem informações sobre a realidade desse universo sutil. Desde sempre, existiram meios para essa comunicação, mas, à medida que aumenta o conhecimento das individualidades, surgem também a necessidade de mais formas para operacionalizar essa instrução. A frequência e a natureza das visitas ao mundo espiritual variam de acordo com as necessidades de cada individualidade e com o trabalho que deverão realizar ao retornar ao mundo físico. Esses fenômenos ocorrem por razões específicas, intimamente ligadas ao propósito de cada indivíduo, que geralmente já está presente em sua programação encarnatória.
Durante as experiências de EQMs (Experiências de Quase-Morte), muitos afirmam que, no mundo espiritual, o tempo não passa; tudo é presente. Muitos interpretam essa afirmação como uma indicação de que o futuro já existe em consonância com o passado. Dessa forma, é fundamental entender que todas as individualidades possuem livre arbítrio. Assim, pode-se presumir determinados acontecimentos relacionados a uma individualidade, mas é preciso considerar que seu livre arbítrio implica que as situações futuras podem ser previstas, embora em um determinado momento possam seguir um caminho diferente do que se imaginava.
É importante reconhecer que as individualidades que já passaram por muitos estudos ao longo de sua trajetória têm a capacidade de compreender o que poderá acontecer, devido ao tempo que dedicaram à observação dos resultados. Dessa forma, não se prevê o futuro, mas sim as possibilidades de eventos, com base no comportamento de cada um. Por exemplo, a renovação da Terra ocorrerá de uma maneira ou de outra, podendo se dar de forma suave ou em meio a grandes sofrimentos. Tudo dependerá do comportamento e das ações das individualidades. O planeta Terra, como um ser vivo, pode sofrer agressões por parte de seus habitantes, o que acarretará problemas em seu desenvolvimento normal. Consequentemente, as individualidades sofrerão as consequências das ações que praticam contra ela.
Como tudo no universo foi criado para evoluir, a Terra também segue seu próprio caminho de evolução. Por ter um espírito de alta evolução, o planeta Terra foi concebido para proporcionar as condições necessárias ao desenvolvimento de novas individualidades, essenciais para a continuidade da expansão do Criador.
É importante enfatizar que não é necessário ter as mesmas condições ou agir de maneira semelhante aos seres humanos para avaliar o grau de evolução de uma individualidade. Cada ser possui sua própria maneira de agir, e, assim, não é possível comparar a capacidade do planeta Terra em organizar toda essa estrutura, permitindo que a “vida” surgisse e se manifestasse por meio da criação das individualidades, incluindo aquelas que atualmente constituem os seres humanos, considerados os habitantes mais evoluídos do planeta.
Podemos concluir que tudo possui um meio próprio de se desenvolver e evoluir. Como tudo no universo está interconectado, cada um de nós representa uma peça única no tabuleiro do desenvolvimento. Cada indivíduo contribui de sua própria maneira, colaborando para que todos possam seguir o caminho certo rumo à expansão do Criador.
O universo é composto por matéria, e é fundamental entender que a matéria é muito mais do que um simples estado físico; ela transcende a nossa imaginação. Embora hoje já possamos vislumbrar, por meio de diversos fenômenos, como a matéria se manifesta de maneiras distintas e interconecta tudo e todos, pode ser desafiador compreender essa realidade. É importante ter em mente que tudo é uma única essência, uma única matéria, que se apresenta de diversas formas. Embora pareça que a matéria é singular e se manifeste de maneira específica em cada estado em que é percebida, na verdade, ela é única, e nada é verdadeiramente diferente. O que diferencia as manifestações da matéria é a forma como a matéria sólida oculta a verdadeira natureza das demais formas sutis de sua composição.
Quando um espírito se descola da matéria densa que o envolve, ele percebe que essa matéria é um obstáculo, mas que não impede a ação da matéria sutil, que se comporta de maneira distinta em relação ao que representa. A matéria sutil, que acompanha o espírito despido do corpo físico, existe e não é percebida ou tocada por quem se encontra em um estado físico. Por essa razão, a matéria sutil pode coexistir no mesmo espaço que a matéria densa, sem que ambas se misturem ou se toquem. Assim, quanto mais sutil for a matéria que envolve o espírito, mais facilmente ele poderá se separar da matéria densa.
A matéria é o elemento que aprisiona o espírito, fazendo com que ele se sinta preso a ela. No entanto, o espírito necessita da matéria para realizar seu trabalho de aprendizado. Quando se vê livre, ele compreende como realmente tudo se organiza. No mundo sutil impera o pensamento, e este se relaciona com a matéria conforme o nível de conhecimento evolutivo do espírito. O espírito é capaz de criar imagens que lhe parecem reais, como se fossem formadas por matéria densa, mas isso é apenas um processo pelo qual as individualidades se comunicam e percebem sua existência como fagulha divina.
Uma luz, por exemplo, não consegue atravessar materiais sólidos. No entanto, determinadas ondas eletromagnéticas, como os raios X ou gama, podem penetrar elementos sólidos. Da mesma forma, a matéria sutil, que é mais refinada do que as ondas eletromagnéticas, tem a capacidade de transpor qualquer material denso. Esse é o comportamento da matéria sutil, que reveste todas as individualidades desde sua formação.
É importante notar que a matéria sutil não se limita ao estado encontrado na segunda fase de evolução das individualidades; ela existe em um processo muito mais sutil, que ainda é desconhecido para aquelas individualidades que estão apenas iniciando seu aprendizado nessa segunda etapa evolutiva, onde já não utilizam o corpo físico.
Como já mencionado diversas vezes, Deus é imaterial e, assim como Ele, as individualidades que carregam Sua fagulha também estão imersas nessa imaterialidade. A matéria faz parte da individualidade para permitir a manifestação da sabedoria divina que cada uma possui em sua essência, no momento apropriado. É fundamental compreender que cada individualidade foi criada com o propósito de promover a expansão do Criador, o que ocorre por meio de seu deslocamento na formação das individualidades.
No início, as individualidades estão imersas na matéria, que tem como finalidade criar condições para que o espírito possa revelar sua sabedoria divina. Para que isso ocorra, é necessária uma experimentação que possibilite o estabelecimento de um comportamento mais harmonioso. Assim, cada individualidade deve agir, e por meio dessa ação, poderá escolher o melhor caminho para alcançar a harmonia, desprendendo-se gradualmente da matéria até que, finalmente livres, possam se reintegrar ao Criador.
Diante disso, podemos ter uma ideia de como as individualidades submetidas a uma experiência de quase-morte (EQM) explicam o que vivenciaram durante esse fenômeno. Como já foi esclarecido, as individualidades que não possuem mais um corpo físico se comunicam apenas por meio do pensamento. Portanto, é importante ressaltar que cada uma delas tem sua própria maneira de perceber essa realidade além do corpo físico. Todas elas descobrirão, de forma automática, a melhor forma de entender seu estado e como poderão se comunicar com outras individualidades que também estão no mesmo nível.
No mundo espiritual, existem inúmeras entidades que estão ali para prestar auxílio àqueles que chegam a esse plano. Dependendo do nível de conhecimento, essas entidades muitas vezes orientam seus passos a pedido da própria individualidade. Algumas individualidades já trazem dentro de si a vontade de vivenciar esse fenômeno, uma intenção que é estabelecida durante sua estada no mundo espiritual. A escolha de cada um sobre o trabalho a ser realizado no mundo físico e a forma como esse fenômeno ocorre são determinantes para reforçar a vontade do participante. É importante ressaltar que cada individualidade participará de um determinado acontecimento durante sua Experiência de Quase-Morte (EQM), levando em consideração sua capacidade de entendimento e o que consegue absorver para compartilhar com as demais individualidades que ainda estão sob os auspícios do corpo físico.
Em muitos casos, é necessário que a individualidade passe por determinados acontecimentos para compreender o que pode ocorrer com aquelas que não seguem o caminho da harmonia. Outras vezes, essas experiências têm também um caráter de ensinamento para a própria individualidade. É sempre importante observar que, embora uma individualidade possa vivenciar fenômenos durante a Experiência de Quase-Morte (EQM) que lhe pareçam drásticos — acontecimentos que, em outra circunstância, poderiam ser interpretados como extremos de maldade —, ela acaba reconhecendo a necessidade daquela ocorrência em benefício próprio ou de outras.
No mundo espiritual, tudo se relaciona de acordo com os princípios da matéria sutil. Por essa razão, existem infinitas possibilidades de surgirem determinadas aparições de amigos ou de pessoas que são consideradas mais importantes. Essas aparições podem servir para que elas sigam com firmeza em seus propósitos ou para que possam levar de volta os ensinamentos adquiridos por meio do fenômeno da Experiência de Quase-Morte (EQM).
Dentro desse contexto, muitas individualidades podem se encontrar com seus parentes ou conhecidos. Quando se trata de um espírito de maior envergadura, ele pode ser representado por algumas entidades trabalhadoras do mundo espiritual que possuam a capacidade para tal. No momento da visualização, essas entidades intuem o participante do fenômeno a reconhecer determinada figura apresentada como sendo o ser espiritual de elevada evolução. Tudo isso tem a finalidade de preservar o tempo que essa individualidade maior pode dispor para continuar seu trabalho na organização que instrui os trabalhadores espirituais sobre as ações necessárias ao bom desenvolvimento do aprendizado das individualidades que ainda estão iniciando sua evolução após o livre-arbítrio.
Conforme afirmado em textos anteriores, na iminência da renovação da Terra, muitas pessoas buscam aproveitar o pouco tempo que resta antes desse evento para aprofundar seus conhecimentos. O objetivo é garantir sua permanência no planeta após a renovação, uma vez que aqueles que não alcançarem um determinado nível de compreensão serão levados a outros orbes para continuar seu aprendizado.
Assim, todas as individualidades que necessitam de mais tempo para se aperfeiçoar desejam vestir-se em um corpo físico, a fim de dar continuidade ao seu aprendizado, que muitas vezes apresenta desafios maiores do que os habituais. Dessa forma, poderão aproveitar melhor o tempo e fortalecer-se no aprendizado, visando permanecer no planeta em sua nova forma.
Diante disso, há um esforço maior das individualidades que possuem uma compreensão mais ampla para colaborar com as demais, a fim de que todas possam, em menos tempo, alcançar um aprendizado efetivo. Assim, essas individualidades necessitam de uma compreensão mais profunda sobre o que realmente ocorre no processo de aprendizado. Muitas vezes, ao utilizarem o corpo físico, suas percepções podem ficar obscurecidas devido ao esquecimento, tendo em vista que o trabalho de aprendizado é eminentemente independente das experiências passadas que possam influenciar o momento do processo educativo.
Toda individualidade, ao iniciar seu processo de aprendizado com o corpo físico, forma uma nova personalidade que é moldada ao longo de sua permanência no mundo material. Assim, cada individualidade considera como verdade tudo o que foi capaz de aprender. Em contrapartida, o espírito possui plena consciência de todo o conhecimento adquirido por meio das experiências do passado. Por essa razão, em determinadas circunstâncias, dependendo de suas necessidades ou para auxiliar outras individualidades, ele pode recordar experiências através de fenômenos como as chamadas Experiências de Quase-Morte (EQMs) ou eventos similares que podem ser comparados a essas experiências.
Alguns acontecimentos na realidade possibilitam uma comunicação mais direta com os trabalhadores da espiritualidade. Isso ocorre diante da necessidade cada vez mais urgente de que todos tenham a oportunidade de realizar seu trabalho de aprendizado antes da renovação da Terra. Aqueles que ainda não possuem determinados conhecimentos que os capacitem a viver harmonicamente com os demais deverão ser levados a outros planetas, onde as experiências do dia a dia sejam compatíveis com seus níveis de compreensão.
O universo está repleto de planetas habitados e de planetas em processo de desenvolvimento habitacional. Tudo no cosmos tem uma única finalidade: a expansão de seu Criador. Como o Criador é infinitamente sábio, nada escapa ao seu conhecimento. Todas as individualidades são criadas a partir de seu próprio espírito e, assim, são elas que darão continuidade a essa expansão. Por isso, cada uma delas possui o mesmo valor para Ele. Tudo faz parte do Criador e, portanto, não há como afirmar que Ele ama mais uma do que outra, pois todas são parte d’Ele. Assim, sempre que uma individualidade necessita de ajuda, Ele a proporcionará por meio de outras individualidades que tenham a capacidade de fazê-lo. Tudo foi criado para que se reconheça uma única essência, um único ser. Quando as individualidades alcançarem esse entendimento e conseguirem colocá-lo em prática, mais uma etapa de sua expansão estará completa.
A pedra fundamental de toda a expansão universal é o aprendizado de que tudo é uma só coisa, inclusive o próprio Criador. A principal lei que rege o desenvolvimento no universo é a lei da harmonia. Com essa compreensão, cada individualidade pode realizar seu aprendizado de maneira mais eficaz e com menos sofrimento. É essencial agir em função dessa unidade; porque assim o objetivo será alcançado mais rapidamente e com menos dor.
Cada individualidade possui sua própria maneira de aprender; por isso, é importante encontrar formas de se desenvolver mais rapidamente. Ao acelerar esse processo de aprendizado, cada um pode contribuir para o crescimento das demais individualidades, o que, por sua vez, potencializa o conhecimento coletivo e resulta em um aprendizado mútuo.
As oportunidades para acelerar o aprendizado surgem em diversos lugares, muitas vezes bem ao lado das individualidades. Para reconhecê-las, é necessário deixar um pouco de lado o orgulho. Geralmente, ao lado de cada individualidade, existem chances de um aprendizado mais rápido e seguro. Aprender é compreender o caráter educativo das respostas que são recebidas a partir das ações do dia a dia, as quais têm como objetivo manter o corpo físico em condições que possibilitem à individualidade realizar esse aprendizado.
Num primeiro momento, no mundo físico, as individualidades vivenciam a fase inicial do aprendizado, impulsionadas por um programa instintivo que se estende desde o início da formação da individualidade até a conquista do livre-arbítrio. Esse processo permite que o aprendizado se acelere em função dessa conquista. A partir desse ponto, a individualidade adquire os primeiros conhecimentos sobre sua própria existência e começa a desenvolver melhor seu cérebro, o que lhe possibilita distinguir as coisas como realmente são. Além disso, ela passa a ter a consciência de sua existência e da necessidade de percorrer um longo caminho rumo à sua perfeição, que é o destino de tudo o que foi criado.
É importante destacar que, ao longo de toda essa ocorrência, há sempre um suporte que possibilita o desenvolvimento adequado das individualidades. Esse suporte está presente nas individualidades que já possuem um conhecimento prévio, o que as capacita a evoluir de maneira mais eficaz. Assim, essas individualidades podem atuar como instrutores para aquelas que ainda necessitam de auxílio em seu processo de aprendizado.
Como já afirmamos, tudo no universo segue um mesmo rumo: a perfeição. Para que essa perfeição seja alcançada, é necessário um longo aprendizado, que se realiza por meio do desenvolvimento das individualidades através das ações do dia a dia. Todo esse processo inicia-se com a formação do universo e prossegue até que as individualidades criadas possam atingir a perfeição, que representa o ápice da formação universal, culminando em mais uma etapa da expansão do Criador.
Dessa forma, podemos concluir que, desde o início de um universo, tudo está interligado ao seu desenvolvimento. Tudo se encontra sob a égide da força cósmica universal até que se alcance o resultado final, que é a expansão do Criador. Esse processo implica a ocorrência de diversos fenômenos, que só serão desvendados com o passar do tempo, pois são essenciais para que tudo ocorra conforme o planejado pela divindade.
É importante destacar que tudo possui um caminho a seguir, e nesse percurso surgem dificuldades que são essenciais para que a individualidade aprenda a caminhar com tranquilidade. Como o caminho é extenso, há certa dificuldade em enxergar o que está à frente, pois em cada trecho há uma forma distinta de se caminhar, o que torna desafiador entender como serão os próximos passos. Devido à sua extensão, esse caminho está dividido em vários segmentos, que se ampliam a cada etapa concluída.
Como o caminho é longo e a formação de aglomerados de novas individualidades ocorre de tempos em tempos, há momentos em que algumas delas já estão mais avançadas na jornada. Por isso, possuem um entendimento mais claro sobre os fenômenos relacionados a esse desenvolvimento. Como já afirmamos, aqueles que alcançaram um patamar mais elevado sempre buscam orientar os que ainda estão em estágios anteriores. É importante observar também que muitos fenômenos que surgem durante a caminhada nem sempre são interpretados corretamente, o que dificulta o entendimento das demais individualidades que se aproximam desses eventos.
O objetivo de tudo isso é reforçar o aprendizado da individualidade, para que as pessoas saibam distinguir entre o que é a realidade e o que muitas individualidades desejam que seja a realidade. Assim, afirmamos que, durante esse processo de desenvolvimento, existem várias dimensões que se revelam ao longo do tempo. Podemos compará-las a uma estrada cheia de curvas, onde se tem a visão de apenas um trecho específico. À medida que progredimos, novas formas de percorrer essa estrada se tornam visíveis, e a necessidade de aperfeiçoamento se intensifica, uma vez que essa estrada é composta por novos segmentos, cada vez mais aprimorados.
Tudo isso se deve ao fato de que cada individualidade possui em sua essência uma fagulha divina do Criador. Assim como Ele, essa individualidade carrega a imaterialidade, embora necessite da matéria para existir. Essa matéria a acompanhará até que sua missão de expandir o Criador seja concluída, momento em que poderá ser descartada.
Leonardos, 10 de março de 2025
Caetano Zaganini