Os dois lados da vida, físico e espiritual, são frequentemente discutidos. Muitas vezes se questiona o que acontece após a morte do corpo físico. Será que existe uma nova vida? Uma nova individualidade com um corpo diferente do físico? Ou a vida continua de forma semelhante? Para responder a essas perguntas, é necessário refletir sobre o que é a individualidade e como ela se desenvolve.
Tudo se inicia com a formação do universo. O Big Bang é o ponto inicial que gera tudo o que existe e que pode ser observado pelas individualidades. O universo é composto por matéria, que pode ser subdividida em matéria densa e matéria sutil. A matéria densa é aquela que os encarnados podem tocar, enquanto a matéria sutil não pode ser tocada por eles, sendo que em alguns casos apenas pode ser vista. Por outro lado, os desencarnados, em sua maioria, conseguem distinguir entre a matéria densa e a matéria sutil.
O mundo físico é aquele que todos os seres encarnados podem perceber, tocar e sentir, e, por fim, fazer parte integrante através de seus corpos físicos. Já o mundo espiritual é onde as individualidades continuam a realizar estudos mais avançados sobre sua existência e seu desenvolvimento, preparando-se para adquirir o instrumento físico que utilizarão para aprender de forma diferenciada a distinguir o harmonioso do desarmônico.
Para fins didáticos, vamos considerar uma divisão entre o corpo físico e o espírito da individualidade, uma vez que o espírito aqui considerado é nada mais nada menos que a fagulha divina, ou seja, a partícula que o Criador disponibiliza para que ocorra sua expansão. Esse corpo físico tem uma duração limitada, pois é constituído com essa determinação de tempo, assim como tudo no universo, criando-se uma estrutura que deve existir por um período de tempo específico.
O corpo físico tem um tempo determinado para que a individualidade possa realizar seu estudo e aprendizado, seguindo o exemplo de uma escola, onde os alunos estudam uma determinada matéria por um período de tempo. Ao final, fazem uma prova para verificar se conseguiu aprender tudo o que foi ensinado. Se forem aprovados, avançam para um nível mais elevado, onde poderão aprender novas matérias. Da mesma forma, a individualidade se reveste do corpo físico em momentos específicos para aprender a praticar suas ações dentro dos princípios da harmonia.
Quando a individualidade está revestida de um corpo físico e deixa de aprender algumas das matérias escolhidas por ela, automaticamente passará por condições que a farão aprender. Muitas vezes, essas condições podem ser mais difíceis do que as primeiras, mas serão necessárias para que ela possa evoluir. Toda individualidade que se aventura em determinadas situações terá um resultado positivo, mesmo que não consiga cumprir totalmente sua destinação. Sempre haverá algo que a levará a refletir e a mudar sua conduta, aproximando-se cada vez mais da prática de atos que estejam em harmonia com a evolução.
Ao falarmos sobre os dois lados da vida, é importante esclarecer que a vida é única e eterna, assim como o Criador. É através de sua força cósmica que o Criador propicia a dinâmica do universo, permitindo que tudo se desenvolva e se aperfeiçoe. Portanto, essa dinâmica é a vida gerada pelo Criador e mantida para sempre. As mudanças no universo são resultado da busca pela perfeição das individualidades. O Criador projeta sua fagulha para que a matéria se estabeleça e, ao longo do tempo, se transforme em vários elementos. Esses elementos servem de base para a expansão do próprio Criador, que nada mais é do que sua expansão, a qual é eterna, assim como Ele mesmo.
Desta forma, afirmamos que tudo no universo tem vida, embora para muitos possa parecer que algumas coisas, como por exemplo uma pedra, não têm vida por ficarem por um longo período de tempo estáticas. No entanto, é preciso considerar que o tempo para o Criador é sempre o mesmo e apenas as modificações, às quais todas as coisas criadas estão sujeitas, se operam. Essas modificações podem ocorrer de diferentes modos, uma vez que cada coisa tem seu ritmo de evolução, isto é, seu desenvolvimento adequado ao tempo necessário para se operar.
As individualidades sofrem modificações de acordo com as necessidades de cada uma. O planeta passa por transformações ao longo de milhares de anos, pois é uma partícula atômica inserida na construção universal, o que demanda um longo período de tempo para se concretizar. Por outro lado, as modificações nas individualidades dos seres do reino animal ocorrem de forma mais acelerada, começando nos reinos que os constituem; iniciando no reino mineral, avançando no reino vegetal e desenvolvendo-se rapidamente no reino animal.
Assim, podemos afirmar que todas as partículas têm seu tempo certo para o desenvolvimento e formação dos blocos necessários para a concretização das individualidades, em complementação à obra do Criador. Como o Criador dispõe de uma fagulha própria para iniciar uma etapa de expansão, cada partícula possui o que chamamos de espírito consolidando sua existência.
Dessa forma, cada espírito se reveste de matéria para operar o seu aprendizado. Por exemplo, na fase do reino animal, o espírito utiliza um corpo físico que se estrutura e, após um determinado tempo, se desfaz, incorporando essa matéria ao bloco maior: o solo do planeta Terra de onde se originou.
Por isso, chamamos de um lado da vida como sendo o estado em que o espírito utiliza a matéria física para realizar seu aprendizado, que perdura por um determinado tempo, quando a individualidade aprende utilizando-se do corpo físico, que lhe proporciona as sensações características para buscar a realização de atos que estejam de acordo com a lei da harmonia. Neste lado da vida, o uso da matéria é caracterizado pela formação dos elementos componentes do planeta no estado sólido, líquido e gasoso, que se unem através das condições proporcionadas por um corpo físico constituído, tendo como uma de suas condições a reprodução para a perpetuidade dos invólucros físicos dos espíritos que estão realizando seu trabalho de aprendizado nesse lado da vida.
O outro lado da vida é denominado lado espiritual, uma vez que lá as individualidades despidas do corpo físico estão emaranhadas na matéria sutil em que continuam a fazer o aprendizado, porém de uma forma diferente do primeiro modo de vida. No mundo espiritual, algumas individualidades têm a possibilidade de, conforme seu conhecimento, estarem supostamente portando seus corpos físicos, estes projetados na matéria sutil. Alguns se utilizam de instrumentos para se locomover ou se alimentar. Podem dispor de casas ou apetrechos de vestimenta, porém tudo isso vai depender do conhecimento evolutivo de cada individualidade, tudo isso acontece na forma de projeção.
Nesse outro lado da vida, também existem orientações mais frequentes, fornecidas por individualidades com um nível mais elevado de evolução, que conhecem a organização da ajuda para aqueles que ainda carecem de conhecimento para compreender que estão apenas em mais um estágio de aprendizado. Nesse local, é possível ter um acesso maior ao banco de memórias espirituais, permitindo que esses instrutores ofereçam auxílio para a compreensão do que está acontecendo com as individualidades que estão em busca de conhecimento e qual é o destino correto de cada uma durante o período de aprendizado, até que possam se reintegrar ao Criador, de onde se originaram.
No mundo físico, também existem indivíduos com elevada evolução espiritual, que buscam orientar aqueles que estão passando por esta fase da vida, a fim de facilitar seu processo de aprendizado, que muitas vezes é adquirido por meio de dificuldades que causam sofrimento.
Muitas pessoas que estão vivendo em um corpo físico enfrentam dificuldades para compreender o que acontece no mundo espiritual. Isso ocorre devido às interpretações divergentes feitas por religiões e movimentos místicos, que muitas vezes distorcem as orientações deixadas por individualidades consideradas iluminadas que surgem ao longo dos tempos. Há dois mil anos esteve também aqui no planeta terra, utilizando-se de um instrumento físico um escolhido deixou muitas instruções sobre como é o mundo espiritual.
O povo escolhido para a sua missão tinha muita dificuldade em entender e pouco conhecimento sobre o tema, embora já existissem muitos conhecedores dessa realidade entre outros povos habitantes do planeta. É importante destacar que os primeiros propagadores dos seus ensinamentos o fizeram verbalmente e somente após muitos anos, alguém escreveu toda a história sobre esse mestre e seus ensinamentos.
Tudo isso contribuiu para a formação de novos conceitos sobre o mundo espiritual. Devido à importância desse mestre, as religiões passaram a oferecer ensinamentos divergentes sobre o tema, o que resultou no surgimento de novos entendimentos e na dificuldade em acessar esse conhecimento. Outro fator que contribui para a dificuldade em compreender o tema de forma mais séria é a prevalência do “poder”, com pessoas relutantes em compartilhar ou admitir o conhecimento alheio. Isso criou uma competição que não agrega nada e apenas confunde aqueles que buscam aprofundar seus conhecimentos sobre o mundo espiritual.
Há alguns anos, surgiu a possibilidade de se esclarecer melhor sobre a realidade do mundo espiritual, graças a alguns estudiosos. Dentre eles, encontra-se Allan Kardec, que iniciou um estudo e obteve importantes esclarecimentos sobre essa realidade. Foi Kardec quem implantou a Doutrina Espírita, com o objetivo de transmitir os esclarecimentos oferecidos pelas entidades do mundo espiritual por meio de contatos feitos por médiuns, que servem como ponte entre os dois lados da vida.
Tudo começa com informações obtidas ao longo do tempo, cujo conteúdo muitos são incapazes de aceitar como verdadeiras. Há sempre quem se aproveite delas para manipular as massas em proveito próprio, assim como foi feito com os pregadores doutrinários. Nesse caso, um indivíduo detém alguma sabedoria sobre a realidade da existência humana e os outros são obrigados a aceitar o que ele prega como verdade absoluta.
É importante ter sempre em mente que a realidade deve ser buscada por meio das falas ou escritos de pessoas que não têm interesse em criar seguidores para suas ideias, apenas em transmitir seu entendimento com respeito ao que guardam em seu íntimo. Muitos deles são verdadeiras fontes de informação sobre os mais variados temas, especialmente aqueles relacionados aos mecanismos da criação divina. Esses pensadores estão presentes e podem esclarecer de forma simples e sem dogmas a realidade sobre a criação divina e o funcionamento de tudo dentro de mecanismos onde não há exceções.
É necessário que cada buscador interessado em adquirir conhecimento se aproveite desses ensinamentos e chegue a suas próprias conclusões. Essas conclusões, muitas vezes, estarão baseadas em sua intenção de encontrar a verdade, pois toda a sabedoria divina está presente em cada indivíduo. O essencial é desejar entendê-la e aplicar seus ensinamentos na busca pela perfeição, não com o intuito de subjugar aqueles que ainda não a compreendem, mas sim de auxiliá-los a perceber a sabedoria divina que possuem dentro de si mesmos.
Os dois lados da vida sempre apresentam muitas semelhanças, uma vez que são estágios nos quais as individualidades se preparam para frequentar novas salas de aula e assim proceder ao aprendizado da ação de acordo com a lei da harmonia que rege todos os universos. É crucial observar que tanto a chegada quanto a partida das individualidades apresentam grandes semelhanças nos dois lados da vida.
É importante não se deixar levar pela fantasia, uma vez que tanto o mundo espiritual quanto o material possuem características semelhantes. A diferença é que no mundo espiritual há uma maior liberdade para perceber a realidade dos dois lados. A grande dificuldade está no esquecimento, especialmente no mundo onde a individualidade está ligada ao corpo físico. É necessário construir um novo estado de vivência para compreender o caráter educativo dos eventos durante a passagem pela vida terrena. É importante prestar atenção às lições que a dor pode oferecer, a fim de guiar o comportamento de forma adequada.
Assim como no mundo físico, também no mundo espiritual existem situações angustiantes para as individualidades que ainda não conseguem compreender suas ações, seja no passado ou no presente, pois muitas ainda seguem com pensamentos que resultam em comportamentos contrários à lei da harmonia, devido ao seu estado evolutivo. Frequentemente, essas individualidades ainda sentem a presença do corpo que tinham quando estavam no mundo físico.
Para elas, tudo continua como se estivessem no mundo físico, apenas percebem que estão em um plano diferente, mas conservam as mesmas atitudes de antes. Às vezes, aproveitam a maior liberdade de locomoção para tomar mais ações contra seus desafetos que estejam na mesma sintonia. Nesse caso, ambos podem participar de novas ações que exigirão responsabilidades a serem ressarcidas no momento oportuno, quando as consequências desses atos resultarem em situações desagradáveis, para que então elas possam aprender com isso.
O lado físico da vida é muito semelhante ao lado espiritual, especialmente nos momentos de partida e chegada. Quando um espírito se prepara para encarnar no mundo físico, seus companheiros espirituais, que conviveram com ele por um certo período de tempo, sentirão sua ausência. Da mesma forma, no lado da vida física, quando ocorre o desligamento do corpo físico, familiares, parentes e amigos do falecido sentem profundamente sua partida.
Uma situação semelhante ocorre quando a individualidade chega para compor uma nova família, sob os auspícios da reencarnação. Este é um momento esperado que vem de uma preparação. Na transição para o outro lado da vida, amigos ou parentes geralmente estão presentes para receber os recém-chegados com muito prazer e alegria. Diante de algumas necessidades, trabalhadores do mundo espiritual podem estar presentes para ajudar, ou pode acontecer que as individualidades que passam para o mundo espiritual permaneçam sozinhas por um determinado tempo, ou com a sensação de que ainda possuem um corpo físico. Tudo isso ocorre devido à capacidade evolutiva de cada ser.
Aqui devemos esclarecer quem estará na recepção dos que chegarem ao outro lado da vida, ao mundo espiritual. Assim como existe uma preparação para o reencarne e o estabelecimento de uma nova família, também há uma preparação para receber aqueles que forem para o outro lado da vida. Nesse caso, as pessoas que estarão presentes serão aquelas que já possuem as condições necessárias para realizar essa recepção. Muitos podem estar cumprindo ajustes de comportamento em situações adversas e, por isso, não poderão comparecer à recepção, devido ao cumprimento de obrigações evolutivas estabelecidas durante sua permanência no plano físico.
No lado espiritual, também ocorre a continuidade do aprendizado, cada um com sua própria evolução, o que determinará a forma como esse aprendizado se dará. Para os mais evoluídos, as atividades estarão relacionadas à prestação de ajuda aos necessitados, que normalmente são aqueles que ainda buscam uma evolução mais elevada do que possuem no momento. Muitos estarão à mercê de sua própria sorte, podendo ficar em locais onde já se encontram indivíduos que enfrentam dificuldades semelhantes às que enfrentaram durante sua jornada no mundo físico. Nestes locais, existem indivíduos com comportamentos semelhantes, que servem para que o reentrante possa aprender e evoluir ao longo das atividades realizadas com seus novos companheiros.
Cada chegada ao mundo espiritual depende da percepção da individualidade em relação ao local, o que está diretamente ligado ao seu nível de conhecimento evolutivo, influenciando sua forma de agir e se adaptar. Alguns dos que retornam ao mundo espiritual possuem um conhecimento mais avançado do que outros e podem utilizar meios como o transporte instantâneo para se deslocarem a diferentes lugares. Ao chegarem nesses locais, buscam outras individualidades que compartilham da mesma necessidade de estar ali, buscando compartilhar seus pensamentos, muitas vezes felizes ou amargurados, que serão recebidos de acordo com o nível de evolução daqueles com os quais se encontram. Tudo o que ocorre é resultado da sintonia existente entre ambos os indivíduos.
Após um certo período de tempo no mundo espiritual, as individualidades têm plena liberdade de escolher quando desejam e se sentem preparadas para receber um corpo físico e realizar novas experiências do outro lado da vida. No mundo espiritual, não há uma contagem de tempo, então as individualidades se orientam pela vontade de evoluir e amadurecer, e não pela passagem do tempo. Quando a individualidade se sentir pronta, ela buscará os meios necessários para realizar a transição para um novo plano de existência.
Todos, com raras exceções, estejam em que lado estiverem da vida, ficarão apreensivos durante o momento de transição por não saberem o que encontrarão em sua nova morada. Essa experiência pode ser comparada à quando alguém vai fazer uma viagem a um lugar desconhecido e se sente ansioso com o embarque, podendo até mesmo entrar em desespero. As exceções são aquelas que reconhecem a importância da viagem para um local temporário e já estão preparados para essa transição.
Outra consideração importante é a respeito da possibilidade de mudança de lugar que pode ocorrer por livre arbítrio, ao final do propósito original ou por desistência devido à incapacidade de lidar com os desafios encontrados no percurso escolhido para seu aprendizado. Neste caso, ocorre o que se chama de suicídio. O suicídio pode ocorrer de forma instantânea, interrompendo abruptamente a jornada, ou por meio de ações que levam ao fim gradualmente. Todas essas formas levam o indivíduo a acumular mais problemas a serem enfrentados e as dificuldades encontradas no lado espiritual serão ainda mais desafiadoras. Quando finalmente enfrentadas, levarão a busca por um novo recomeço, com o objetivo de resolver antigas e novas pendências.
Do lado da vida física, as individualidades se comunicam por meio do instrumento físico que as representa. Esse instrumento é preparado ao longo da existência, desde a concepção até o final de sua existência. Quando um espírito se une a um corpo físico, ele inicia uma nova etapa de caminhada e o instrumento que o sustentará é concebido de acordo com suas necessidades, ou seja, tudo o que ele vive é parte da construção desse caminho.
O cérebro, que é o instrumento responsável por coordenar todas as funções do corpo, é desenvolvido de forma a permitir que o espírito manifeste seu estado evolutivo, sem interferir nas experiências vividas durante a vida terrena. Essa jornada terrena será moldada de acordo com as experiências e aprendizados adquiridos ao longo dessa vida.
Aqui estamos discutindo o esquecimento que a individualidade acarreta em relação ao seu passado. Dificilmente terá acesso a essas ações anteriores, a menos que sejam trazidas à tona por uma necessidade extremamente forte, permitindo que o espírito acesse algumas de suas ações passadas para que não interfiram no processo de aprendizado que está ocorrendo durante essa transição entre os dois lados da vida.
Quando se está no plano físico, tudo é construído com a finalidade de explorar as alternativas que levem a adquirir a capacidade de perceber qual ato do dia a dia está de acordo com a lei da harmonia e assim introjetar o aprendizado ao qual se submete. Quando a individualidade faz o seu retorno ao mundo espiritual, ela arquiva novamente tudo o que construiu e guardou em seu instrumento físico, passando-os para a memória espiritual, com a qual vai desenvolvendo o seu trabalho evolutivo.
Quando a individualidade faz a transição para o outro lado da vida, o mundo espiritual, sem mais o corpo físico, sua comunicação se dá através do pensamento. Uma individualidade pode conversar com outra apenas por meio do pensamento. Cada pensamento emitido pode ser compreendido por outra individualidade. No caso de individualidades com pouco conhecimento, estas mantêm a percepção de que possuem um corpo físico e se comunicam através dele, mas ainda assim conseguem captar as informações por meio do pensamento. Mesmo que continuem a acreditar que têm um corpo físico e se comunicam através dele.
No caso de uma individualidade que não possui um corpo físico e deseja se comunicar com outra que tem um corpo físico, o mesmo mecanismo de comunicação por pensamento se aplica. A individualidade sem o instrumento físico pensa no que deseja comunicar, e a individualidade que possui o corpo físico recebe esse pensamento. Agora, através de seu espírito que possui a capacidade diferenciada de se conectar diretamente ao outro espírito, ela pode expressar os pensamentos da entidade comunicante utilizando seu corpo físico. Além disso, pode até mesmo demonstrar gestos que a comunicante pensa estar fazendo ou deseja fazer com seu corpo.
A faculdade de perceber os pensamentos de outra individualidade que se encontra em lados opostos é denominada mediunidade e é amplamente utilizada em diversas doutrinas para estabelecer uma ponte entre diferentes aspectos da vida. Esse fenômeno é descrito em vários textos de estudiosos orientais e também pode ser encontrado nos escritos bíblicos, inclusive no Novo Testamento.
Nesse sentido, podemos observar que essas comunicações são estabelecidas por meio do pensamento, de forma que, conforme a ocasião, o indivíduo que recebe as mensagens tem a sensação de que está visualizando um corpo físico. É bastante comum ocorrerem aparições de santos, da Virgem Maria e de outras figuras religiosas por meio desse tipo de comunicação. Portanto, toda interação entre diferentes lados da vida ocorre por meio do pensamento.
Desta forma, podemos concluir que existem muitas semelhanças entre um lado da vida e o outro, tendo em vista que, quando se está de um lado, pouco se sabe sobre o outro lado. O que pode ser observado é que os lados seguem sempre desempenhando seu papel de proporcionar o local onde ocorrem o desenvolvimento dos atos que geram as condições necessárias para que a individualidade possa realizar seu aprendizado evolutivo.
Apucarana, 29 de junho de 2024
Caetano Zaganini